O uso de drogas na direção muitas vezes é provocado por situações como prazos apertados, situação econômica desfavorável e mercadorias sendo esperadas. O cenário atual demanda do caminhoneiro uma postura diferente frente às inúmeras exigências do mercado. Para poder cumprir a jornada de trabalho legal, no menor tempo possível, alguns motoristas se utilizam de artifícios proibidos para se manterem acordados. Assim, ficam sem se alimentar e colocam vidas em risco, para poderem honrar prazos.

Diferentes drogas causam diferentes prejuízos. A maconha, umas das substâncias alucinógenas mais comuns, provoca prejuízo na coordenação motora, falta de atenção, funções visuais, tempo de reação, perda da capacidade de dirigir com segurança e dificuldade de manter o posicionamento na via. Situações que demandam alta capacidade de processamento de informações ficam prejudicadas, ocasionando riscos em cenários de emergência.

A cocaína e o crack, que é derivado da cocaína e cujos efeitos são os mesmos, porém, mais intenso, é associada ao alto risco de se cometer infrações de trânsito e de se envolver em acidentes. A utilização de equipamentos de segurança (como o cinto de segurança) é reduzida de forma significativa por usuários de cocaína, o que contribui para um comportamento de risco.

O condutor está mais propenso a assumir comportamentos de risco e, consequentemente, levar a maior envolvimento em acidentes.

O uso da cocaína provoca efeitos como excesso de velocidade, perda do controle do veículo, colisões, direção agressiva e desatenta. Outras influências negativas do uso de cocaína e crack são a perda da concentração e atenção; maior sensibilidade à luz, nervosismo, irritabilidade, agressividade e paranoia.

Uso de drogas na direção: rebite e fiscalização

O uso de drogas na direção como a anfetamina (rebite) também é altamente perigoso porque dá excesso de confiança ao motorista e, por consequência, aumenta a probabilidade da ocorrência de acidentes.

Sob efeito, o condutor não respeita normas básicas de segurança, como deixar a devida distância segura entre os veículos, realiza manobras imprecisas de aceleração, frenagem e desaceleração, além de não sinalizar manobras como mudança de faixa entre outras.

Muitos motoristas de caminhão utilizam esse tipo de droga para se manter acordado e vencer jornadas exaustivas de trabalho. A identificação se dá pela observância de sua postura e comportamento, tais como desarrumadas, olhar fixo, falta de concentração e desorientação. Esses são alguns dos sinais apresentados por motoristas que fazem uso de drogas ao volante.

lg.php?bannerid=0&campaignid=0&zoneid=18&source={obfs:}&loc=https%3A%2F%2Focarreteiro.com.br%2Fartigos revistas%2Fdrogas e direcao parte 2%2F&referer=https%3A%2F%2Focarreteiro.comA fiscalização é diuturna e difícil, pois não há aparelhos que possam detectar o uso de determinada substância ilegal no momento da fiscalização. Fundada a suspeita de uso de drogas, como testemunhas e vídeos, o policial conduz o motorista até uma Delegacia de Polícia, que diante dos fatos de estar supostamente drogado poderá ser encaminhado ao IML para a realização de teste de sangue. Só a partir deste resultado positivo é que se pode dar continuidade à ocorrência.

A legislação brasileira (Código de Trânsito Brasileiro -CTB) traz infração administrativa, conforme Artigo 165, onde prevê multa gravíssima no caso de dirigir sob influência de psicoativos no valor de R$ 2.973,00 e 7 pontos na CNH, além da suspensão do direito de dirigir por 12 meses e o recolhimento da CNH.

Há também a previsão de crime, no artigo 306 do CTB, resultando em detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a CNH.

A PRF trabalha na fiscalização de trânsito e no combate ao tráfico de drogas. Muitos motoristas, a partir do momento em que adquire drogas, ele próprio está fomentando esse tipo de crime. E, com o uso desse tipo de substância ele coloca sua vida e as vidas de terceiros em risco, culminando muitas vezes em resultado de morte.