Tema bastante aguardado pelos inscritos no evento digital Link Summit FENATRAN realizados nos dias 25 e 26 de maio, pois interferia diretamente em todos os elos da cadeia, a “Renovação de Frota” foi  discutida pela coordenadora geral de fiscalização de regimes automotivos no Ministério da Economia, Margarete Gandini, e por Fernando Simões, CEO da Simpar S/A. (sociedade anônima com participação como sócia ou acionista em empresas com atividades  na prestação de serviços em operações de logística, transporte de cargas e transporte coletivo, comércio de veículos, caminhões e ônibus, novos e usados, administração de imóveis próprios e administração e corretagem de seguros).

A representante do Ministério da Economia demonstrou engajamento com a causa da renovação, mas disse que há uma série de “costuras” a serem feitas com a sociedade, montadoras, associações de classe e o governo.

“Não podemos apenas abrir uma linha de crédito, pois esse caminhoneiro irá revender seu veículo mais velho para outro profissional. E o caminhão continuará na rua”, disse.

Já Fernando Simões sugeriu a retirada das ruas dos caminhões, mas também é preciso pensar nos profissionais que os operam. “Eles precisam de uma linha de financiamentos que possibilite a aquisição do caminhão novo, mas desde que o velho seja sucateado e não retorne para o trânsito”, complementou”.

De acordo Margarete Gandini, não existe ainda, da parte do Governo, uma fórmula ideal para o projeto da Renovação de Frota do setor. Segundo a representante do Ministério da Economia, isso será ainda resultado de negociações com o público de dentro e fora do governo.

“Vamos começar com a modelagem ideal mais simples, buscando dar ao caminhoneiro o valor de mercado de seu veículo e agregar outros elementos, até chegar ao modelo que tenha a adesão da categoria”, explicou Gandini.

Fernando Simões acrescentou que a frota brasileira de caminhões conta atualmente com 500 mil veículos, tem idade média acima de 20 anos. Isso significa que veículos com até 50 anos podem ainda estar rodando no Brasil.

O executivo da Simpar lembrou que essa frota de modelos antigos apresenta alto consumo de combustível e de poluição, além de colocar em risco a segurança nas estradas. Para concluir, ele anunciou o lançamento no segundo semestre de um sistema protótipo que possa servir de referência para estimular a renovação da frota e o ecossistema.

Batizado de Rota Digital, o evento Link Summit Fenatran abriu o calendário online de 2021 da Fenatran. Além da Renovação da frota, outros temas abordados foram caminhões, implementos rodoviários.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) Luiz Carlos Moraes, destacou o desempenho da indústria do mercado de caminhões nos primeiros quatro meses deste ano, com 36.000 unidades licenciadas. Esse total superou em 49% o volume atingido no mesmo período em 2020.

O executivo disse também que o melhor segmento de caminhões terá o melhor desempenho do setor automotivo este ano, porém o resultado dependerá também, em sua opinião, da condução e do impacto da pandemia na economia brasileira.

O setor de implementos rodoviários, que teve como um dos seus representantes no evento José Carlos Sprícigo, presidente da associação que congrega empresas fabricantes do setor, a ANFIR, também segue em alta. De acordo com o executivo, a indústria está se consolidando com crescimento consistente.

Segundo Sprícigo, o agronegócio, os investimentos em infraestrutura, a força da construção civil, a privatização e as concessões são fatores que deverão acelerar a renovação da frota brasileira, dos implementos rodoviários e também ajudarão a retomada da indústria.