É comum motoristas que se envolveram em acidentes graves não se lembrarem de como tudo aquilo aconteceu. E, ao retomarem a consciência, se mostram surpresos com a dimensão e consequências da ocorrência. Especialistas dizem que diversos fatores podem ser responsáveis por acontecimentos deste tipo e destacam excesso de consumo de bebida e drogas, sono ou até mesmo doenças preexistentes, tais como pressão alta, diabetes e obesidade, males que podem levar o condutor a sofrer um “mal súbito”, manifestação do próprio organismo que ocorre de maneira inesperada e repentina. É como se o motorista “apagasse” por alguns instantes, deixando o veículo fora de controle.

Dentro desse conceito, conforme explica o cardiologista Igino Barp, se enquadram desde desmaios (motivados por exposição a calor excessivo, desidratação, falta de alimentação adequada, quedas de pressão arterial), até situações extremamente mais graves e potencialmente fatais (acidentes vasculares cerebrais, infarto agudo do miocárdio arritmias cardíacas). “Infelizmente, muitas vezes a manifestação inicial se dá de forma abrupta, o que para quem se encontra no volante de um veículo já prenuncia um desastre iminente”, explica Barp.De acordo com estudos concluídos recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, estatísticas internacionais apontam correlação de alterações da saúde em condutores (fatores de risco) com aproximadamente 23% dos acidentes.

O cardiologista destaca que é importante o carreteiro estar sempre atento ao surgimento de sensação crescente e incontrolável de fadiga e cansaço, tonturas, vertigens, dor de cabeça de início súbito e de intensidade crescente. Outros sinais de alerta são dor no peito associada à náusea ou vômitos, suor frio abundante , palpitações, falta de ar, formigamento nas mãos e/ou pés e dificuldade para realizar movimentos. “As principais formas de prevenção contra o mal súbito são cuidar da saúde, não cometer excessos na alimentação, não utilizar drogas e álcool e respeitar os limites não só do caminhão e da estrada, mas também e, especialmente, do próprio corpo”, aconselha o médico.

DICAS PARA EVITAR “APAGAR AO VOLANTE”

  1. Durante a viagem, mantenha-se alimentado e hidratado.
  2. Dê preferência a alimentos leves e de fácil digestão, como frutas, legumes e verduras.
  3. Evite doces, frituras e gorduras.
  4. Durma bem antes de qualquer viagem de automóvel. O sono e o cansaço são grandes inimigos da viagem segura.
  5. Antes de dirigir, não faça refeições pesadas. A digestão demorada aumenta a sonolência.
  6. Na estrada, não descuide nem por um instante. Muita atenção ao realizar ultrapassagens. Só ultrapasse quando tiver certeza de que é seguro.
  7. Não use estimulantes como rebite e outros produtos. Você pode até ficar alerta, mas o corpo continua cansado e, quando o efeito passar, você será pego de surpresa.
  8. Quando o cansaço começar a bater, não insista. Pare em lugar seguro e descanse um pouco.
  9. O condutor deve programar paradas a cada três horas, caso ele dirija por mais de quatro horas seguidas, corre o risco de comprometer sua circulação e, consequentemente, os seus movimentos, por permanecer muito tempo na mesma posição.
  10. Se dirigir, não beba. Álcool provoca sonolência, desatenção, reflexos lentos, entre outras consequências.