A ponte internacional sobre o rio Uruguai , que liga o Brasil e Argentina, e Uruguaiana/BR e Paso de Los Libres/AR, esteve bloqueada por cerca de 20 horas por produtores de arroz da região, em protesto contra as importações do produto de países integrantes do Mercosul e à atual política de preços para o cereal produzido no Brasil. Com o fechamento da ponte, 350 caminhões carregados que estavam liberados pela aduana brasileira e outros 250 do lado argentino ficaram impedidos de seguirem viagem, criando um sério problema de estacionamento em ambos os lados da fronteira, onde dezenas de outros caminhões também aguarda vam liberação de cargas. Durante toda a tarde de terça-feira, cerca de cinco mil produtores do arroz do Rio Grande do Sul e Santa Catarina realizaram uma audiência pública no centro de Uruguaiana, de maneira pacífica, protestando contra os baixos preços do produto determinado pelo governo federal. Alegavam que a importação de arroz da Argentina e Uruguai agravava ainda mais o setor. Como parte da programação, e de maneira simbólica de impedir a continuidade das importações, os arrozeiros foram até o meio da ponte e fizeram o bloqueio durante toda a noite e parte da manhã, revezando-se em turnos por causa das baixas temperaturas. Permitiam a passagem apenas de automóveis e ambulâncias. Com isso houve um grande transtorno na locomoção de pessoas entre as duas cidades fronteiriças, uma vez que o trânsito de caminhões e automóveis é intenso. Somente às 11h da manhã de ontem, após determinação da Justiça, é que os arrozeiros liberaram a ponte internacional. O presidente da ABTI (Associação Brasileira de Transportadores Internacionais), José Carlos Becker, lamentou que o movimento, pacífico e que tinha a simpatia de toda a população tenha optado por uma medida antipática, fechando a fronteira entre os dois países gerando sérios prejuízos para o transporte internacional, entre outros setores que ficaram impedidos no direito de ir e vir.