A partir do dia 11 de dezembro, o tráfego de caminhões na Marginal Tietê e em mais nove ruas da cidade (que formam o minianel viário) estará restrito. Com isso, os veículos pesados ficarão proibidos de circular nestas vias das 4h às 10h e das 16h às 22h. Segundo a prefeitura, as multas só começam em janeiro. Avaliada há pelo menos um ano, a medida foi a forma encontrada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de tentar forçar o transporte de cargas a usar o Rodoanel. A restrição adotada em outubro do ano passado na Marginal Pinheiros, na Avenida dos Bandeirantes e em outras vias da zona sul também será ampliada em duas horas – passará a ser das 4h às 22h (hoje é das 5h às 21h).
Vias paralelas à Marginal do Tietê, como as Avenidas Marquês de São Vicente e Ermano Marchetti, e outras vias com restrição, como a Avenida Presidente Wilson (paralela à Avenida do Estado), que poderiam ser utilizadas como caminhos alternativos para caminhões, também estarão vetadas para o transporte de carga. Continuam fora das restrições os Veículos Urbanos de Carga (VUCs) e caminhões que transportam, por exemplo, materiais perecíveis. Entretanto, a CET ainda pretende incluir mais vias da zona norte da cidade na lista de locais restritos. Por dia, 75 mil caminhões passam pela Marginal do Tietê. Segundo o secretário municipal dos Transportes, Marcelo Branco, a expectativa é que a região tenha um ganho de 20% na velocidade média.
O presidente do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região), afirma que solicitará uma audiência com o prefeito Gilberto Kassab e o secretário municipal de Transportes e presidente da CET, Marcelo Branco, para discutir a medida. “Está faltando respeito com o transporte rodoviário de carga. O poder público está brincado com nosso setor”. Para o sindicato, as empresas de transporte de carga sediadas na zona norte serão as mais prejudicadas. Pelucio diz que grande parte das sete mil companhias na capital estão em bairros como Casa Verde, Limão, Santana, Vila Maria e Vila Guilherme. “Restringir a passagem por São Paulo é uma coisa, mas tem as empresas que estão aqui dentro. Tem de ter licença especial. Chegando às 5 horas a São Paulo, onde os caminhões vão ficar parados se não tiverem por onde entrar? É o horário em que mais se roubam veículos\”.

Fonte: O Estado de S.Paulo