por Daniela Giopato
    O balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal mostrou que as ações realizadas durante o ano de 2008 refletiram em resultados positivos nas estradas brasileiras. Apesar do crescimento expressivo de veículos circulantes – de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), 2008 deve fechar com frota licenciada superior a 54 milhões de veículos – o rigor e a tolerância zero aos motoristas alcoolizados por conta da instalação da Lei Seca contribuíram para a redução da violência nas estradas. Em todo o ano, o número de mortes nas estradas caiu 3,7% e no período posterior a Lei (de junho a dezembro), essa queda foi de quase 6%.
    O número de mortos também diminuiu. Em 2007 uma pessoa morria em cada 21,7 desastres e após a Lei Seca foram necessárias 25,1 ocorrências para ter uma vítima fatal. Esta queda também foi observada na relação acidentes por frota. A PRF registrou 27 ocorrências por 10 mil veículos em 2007, já em 2008 o índice baixou para 26.
    Outro importante fator apontado pela PRF que contribuiu para um trânsito mais seguro foi o endurecimento da legislação e aumento da fiscalização nos 61 mil quilômetros de BRs que comprovou que parcela significativa de motoristas insiste na mistura bebida e direção. Em 180 dias agentes da PRF prenderam em flagrante 3.881 motoristas. Outros 2.100 foram reprovados ou se recusaram a fazer o teste do bafômetro e agora estão sujeitos à suspensão das carteiras de habilitação.
    O diretor-geral da PRF, Hélio Derenne, declarou que no Brasil se criou a falsa figura da “lei que pega” e “que não pega” porém o que pega mesmo é a fiscalização e a repressão ao ilícito. “Provamos isso nas estradas federais. A doação de 10 mil etilômetros pelo Ministério da Justiça criou melhores condições para que Estados e municípios também fiscalizem, fazendo com que aquele sujeito que bebe e insiste em dirigir pense duas vezes antes de fazê-lo”.
    Além da imprudência em relação a álcool e direção, os motoristas mostraram durante 2008 o descaso com a segurança no trânsito afinal, foram 899.1123 flagrantes de excesso de velocidade registrados até novembro de 2008 e, segundo as estatísticas, esse número deve fechar em mais de um milhão de imagens. Foram 2.683 casos por dia, ou quase dois registros por minuto nas rodovias. Entre multas eletrônicas e manuais foram quase 2,5 milhões de pessoas flagradas descumprindo as regras de trânsito e de civilidade.
BOX
O Unidades de Apoio ao Cidadão (UNACI), projeto que faz parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), lançado em setembro de 2008 em Curitiba é mais uma tentativa da PRF de mudar a realidade de violência nas estradas. Através de critérios científicos, o projeto será implantado gradativamente nos principais corredores viários do País. O projeto, através de estudos estatísticos, permite a distribuição de viaturas e postos de acordo com padrões claros. O número de policiais em cada região é estabelecido por fórmulas objetivas e equipes operacionais que se especializam nas mais diversas áreas de atuação, dinamizando o trabalho na pista e maximizando resultados.
Com a tecnologia do talão eletrônico – terminais de mão conectados por telefone celular – permitiu aos policiais consultar veículos, condutores, armas e um banco de dados de criminosos com mandados de prisão. Além disso, a PRF investiu na informatização de postos e delegacias e aumentou a integração entre as mais de 500 unidades espalhadas pelo Brasil.