Os motoristas de carretas baú que operam no transporte de eletro-eletrônicos e outros produtos da Zona Franca de Manaus decidiram não realizar a paralisação que estava prevista para a sexta-feira (19 de novembro) caso não conseguissem avançar nas negociações com os donos de transportadoras na questão de obterem um aumento no valor do quilômetro rodado. Atualmente, o motorista recebe perto de R$ 8.500,00 por uma viagem de ida e volta entre Belém e São Paulo. São cerca de 6 mil quilômetros de estrada, que consomem 2.500 litros de óleo diesel e dão um gasto de R$ 5.500 só com combustível, considerando o valor médio do litro em R$ 2,15.
Depois de uma reunião que durou mais de quatro horas na Abicam  – Associação dos Caminhoneiros, em São Paulo, entre representantes dos carreteiros e dos empresários das transportadoras, chegou-se ao seguinte consenso: os empresários fizeram a proposta de reajustar em 7% o valor do frete, porém a decisão final será dada somente no próximo dia 27 de novembro. Além disso, propuseram mais 3,3% em janeiro de 2009, e a partir daí as negociações de percentuais vão depender de como se comportará a economia do País.
Os representantes dos carreteiros avaliaram o resultado do encontro como uma grande conquista. A participação de representantes seis sindicatos de empresas de transporte da Região Norte do País, como do Pará e Amazona, entre outros e também do Setcesp (São Paulo) entre outros, também foi considerada um ponto positivo pela categoria e um sinal de havia preocupação com o movimento.
A mobilização dos carreteiros contava com quase três motoristas autônomos de carretas baú  parados que reivindicam um aumento no valor do quilômetro rodado, pelo qual recebem hoje entre R$ 1,40 e R$1,50, enquanto o ideal seria pelo menos R$ 2,00, segundo Flávio Barbosa, um dos coordenadores do movimento. De acordo com ele, a categoria tinha 13 reivindicações, das quais 11 já foram aprovadas, porém, a mais importante, que é o aumento do frete ainda está em aberto. Barbosa acrescentou que já foi feito um pedido para que o quilômetro rodado fosse aumentado para R$ 2,13, mas depois de duas reuniões nada ficou decidido, o que levou os motoristas a se mobilizarem.
Caso não chegasse a um acordo na reunião de sexta-feira à tarde, a paralisação já estava toda articulada, pois grupos de motoristas estavam posicionados em vários pontos da rodovia Belém-Brasília, Pará e Maranhão esperando pelo resultado do encontro. Com a chegada a um consenso, a situação continua normal no transporte de eletro-eletrônicos e de outros produtos oriundos da Zona Franca de Manaus.