Tecnologia está sendo testada pelo governo em alguns portos do País
Além da infraestrutura precária, os transportadores brasileiros ainda precisam enfrentar o excesso de burocracia. Pensando em melhorar o dia a dia na estrada, uma tecnologia que começa a ser testada esta semana promete acabar com o excesso de papelada para a liberação de cargas. Um chip vai informar todo o trajeto dos contêineres. O lacre eletrônico foi desenvolvido por pesquisadores, pela indústria e pelo governo para reduzir a burocracia e cortar custos.
Em Lins, interior de São Paulo, a carne na esteira do frigorifico é preparada para enfrentar uma longa viagem dentro e fora do Brasil. A primeira parada é a 500 quilômetros, no Porto de Santos. A documentação é analisada pelo Vigiagro, um setor do Ministério da Agricultura, e pela Receita Federal. O percurso todo é uma maratona: são 11 horas de estrada, muita burocracia e filas até onde a vista alcança.
O Brasil perde mais de R$ 160 bilhões por causa de problemas de logística, R$ 13 bilhões só com falta de estrutura nos portos. Mas um aparelhinho do tamanho de uma unha pode deixar esta conta mais barata.
A nova tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores da USP de São Paulo para dar mais rapidez ao desembaraço das cargas que são exportadas do Brasil. Os testes foram feitos nos portos de Santos, em São Paulo, e Navegantes, em Santa Catarina.
“Bolamos um lacre eletrônico que vai no contêiner, com as informações sobre o que está dentro do contêiner, tipos de carnes e tal”, afirma o professor Eduardo Mario Dias. O chip é uma espécie de RG e fica no lacre. Cumpre o que hoje é feito por um calhamaço folhas de papel, levadas pelo caminhoneiro. Enquanto o contêiner é lacrado, o funcionário cadastra a carga no sistema, e em Santos as informações aparecem nos computadores do Vigiagro. “A gente abre o certificado sanitário, confere as suas informações”, afirma o fiscal.
Do Bom Dia Brasil