A distribuição do diesel S-50 – necessário para que o Brasil atenda as normas do Proconve P-7 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) – preocupa a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automores) e a ANP (Agência Nacional de Petróleo). De acordo com informações da agência, cerca de 1.200 postos de combustíveis já manifestaram o interesse de comercializar o novo diesel. \”Mas precisamos o dobro disso\”, garantiu Allan Kardec, diretor do órgão, durante sua participação no seminário “Diesel e Emissões em Debate”, que aconteceu nesta segunda-feira (30/05). Segundo ele, existem hoje no País aproximadamente 38 mil postos de combustíveis, dos quais oito mil comercializam diesel. Instituída pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), a legislação determina uma redução no nível de emissão de poluentes para caminhões e ônibus. Com isso, a partir de 1º de janeiro de 2012, todos os veículos deverão ser equipados com um motor menos poluente, que precisa de um diesel mais limpo para rodar, o chamado S-50 (50 partes por milhão de enxofre). Hoje, o combustível comercializado no mercado é o S-500, o que representa um volume de enxofre dez vezes maior. “Sem o combustível adequado, esses veículos terão seu desempenho afetado”, argumentou Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea. O executivo aponta ainda que “a Petrobras diz ter o volume de produção necessário para abastecer o mercado. A dúvida é com relação à distribuição nos postos em todo o Brasil”. \”Estamos conversando para garantir o fornecimento\”, garante Kardec. Mas antecipa que “no Brasil, não é possível impor a ninguém a obrigação de vender o que quer que seja”. Segundo ele, muitos postos não têm interesse de investir no fornecimento do produto porque acreditam que a demanda inicial pelo novo diesel será pequena. Isso, porém, gera dificuldades para abastecimento desses novos veículos. Além do novo combustível, os motores precisarão também do Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo). Embora o Brasil importe 70% do volume que produz de ureia – matéria-prima do composto que será utilizado nos caminhões e ônibus – não deve haver falta do produto.  Isso porque algumas empresas já atuam no desenvolvimento do agente e porque sua comercialização será feita por galões dando ao carreteiro a possibilidade de adquirir a quantia necessária para uma determinada viagem, por exemplo. “A Petrobras deve passar a produzir o Arla 32 em Camaçari a partir de setembro, enquanto a Vale Fertilizantes deve iniciar a produção em outubro, na sua unidade no Paraná\”, disse Saltini.

Fonte: Agência Estado