Apesar da regulamentação de novas normas para a segurança dos veículos – como a Resolução 216/06 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de dezembro do ano passado – fixar exigências de segurança e visibilidade, ainda circulam no Brasil milhares de veículos com pára-brisas temperados, o que pode colocar em risco a vida de muitos motoristas e passageiros.

\”A recente resolução do Contran representou um grande avanço para definir quando um pára-brisa danificado não cumpre sua função na totalidade, mas é obrigatório que seja de vidro laminado\”, explica Manuel Rezende Corrêa, diretor da Saint-Gobain Sekurit. A frota nacional é imensa e a aplicação do pára-brisa temperado ainda é fator de preocupação para a empresa, devido aos riscos que representa aos usuários.

De acordo com estimativas da fabricante de vidros, ainda são instalados mais de mil pára-brisas temperados por mês. \”Um dos motivos para isso é que o proprietário do veículo desconhece a proibição de uso do produto e, no momento da substituição, muitas vezes opta pelo componente mais barato, sem saber que o mesmo está fora das especificações da legislação\”, acrescentou o executivo.

A empresa revela que uma vez instalado é difícil notar se o pára-brisa é temperado ou laminado. Uma das maneiras de checar se o produto é laminado é ver se possui banda degrade interna, pois o temperado possui um filme aplicado por dentro. Outra dica é a logomarca do fabricante impressa, item de segurança obrigatório como em pneus e nos cintos de segurança.

A empresa acrescenta que recentemente uma fábrica da região metropolitana do Rio de Janeiro foi fechada e teve 426 pára-brisas de vidro temperado apreendidos, entre outros equipamentos. Essas práticas ilegais colocam em risco a vida dos motoristas que optam por pára-brisas mais baratos, ignorando as questões de segurança.