No próximo mês, o governo do Estado de São Paulo vai apresentar um modelo de túnel pré-moldado como nova proposta para a ligação seca entre as cidades litorâneas de Santos e Guarujá. O projeto irá substituir a travessia de balsas na entrada do porto, local onde moradores e turistas sofrem com as constantes filas de veículos.  Segundo o governo, a ligação subterrânea não impediria a expansão do porto e conseguiria suportar tanto o tráfego de carros quanto à demanda de caminhões.
No ano passado, o ex-governador José Serra chegou a inaugurar uma maquete de ponte estaiada para o local, porém a hipótese foi descartada porque, para chegar a esse nível, a estrutura deveria ter uma grande altura, o que inviabilizaria o tráfego de caminhões e também impactaria uma área muito grande nas cidades, além de atrapalhar o movimento dos navios.  Para solucionar esta questão, a ideia  é utilizar uma tecnologia inédita na América do Sul, de peças pré-moldadas de concreto ou aço. As partes são submersas e encaixadas lado a lado no fundo do canal. Depois de lacradas, a água é sugada. O modelo é considerado por especialistas o mais apropriado – um túnel tradicional exigiria escavações a 40 metros abaixo do canal, aumentando o tamanho e o custo do empreendimento. A estimativa é de que a obra custe em torno de R$ 1 bilhão.
O diretor de infraestrutura da Companhia Docas, Paulino Moreira da Silva Vicente, afirma ser a favor do túnel pré-moldado, mas ainda espera uma discussão maior sobre a localização da travessia. \”A gente estuda o melhor ponto entre as duas margens há dez anos. Até agora, a melhor opção é no fim da Anchieta\”, ressalta o executivo.Em entrevista, a prefeita do Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB), também demonstrou preocupação com a escolha do local de ligação. \”Não queremos um trânsito de veículos pesados na cidade. Isso não vamos aceitar\”, reforçou a política, que ressaltou ainda ser necessário no momento é discutir o modelo que será utilizado para a ligação. \”A população não aguenta mais promessas\”, finalizou. O prefeito de Santos,João Paulo Tavares Papa, preferiu não se pronunciar sobre a questão.

Fonte: O Estado de S.Paulo