Quem passa pela BR-232 – uma das mais importantes rodovias federais em Pernambuco, interligando a capital (Recife), o Agreste e o Sertão do Estado, sofre com problemas estruturais. Buracos e falta de sinalização são recorrentes e atrapalham os motoristas.

No município de Moreno, no sentido Recife-Gravatá, os primeiros buracos na estrada obrigam os motoristas a tomarem cuidado, mesmo não sendo tão grandes. Também em Moreno, em alguns trechos não existe mais a sinalização que separa a pista do acostamento.

Em Vitória de Santo Antão, numa das saídas da cidade para a BR, o acesso está quase bloqueado por uma poça d’água que, com o tempo, virou uma cratera. As placas de concreto estão rachadas em alguns pontos. Em outros, elas foram recuperadas com asfalto, mas o peso dos veículos já está abrindo novos buracos. As placas de concreto foram usadas na BR-232 porque são mais resistentes. Entretanto, essa durabilidade passa despercebida em vários trechos e, em vez de serem trocadas, as placas recebem uma camada de asfalto, medida que funciona apenas como um paliativo.

O engenheiro civil e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maurício Andrade, destaca que é preciso realizar um estudo sobre os motivos de o concreto se desgastar tão rapidamente. \”Um estudo deve identificar porque isso acontece e dar uma solução, aí sim, definitiva\”, aponta. \”Essa é uma medida emergencial que tem vida útil muito curta. O asfalto, uma camada assim muito fina, não pode ser muito alta, se for alta faz um batente, e, com o tempo, vai se soltar. Um remendo como esse não dura mais do que um ano\”, complementa Andrade.

O carreteiro José Furtado diz que passa pela BR-232 toda semana. Para ele, o caminho está cada vez mais difícil. \”As placas estão se quebrando, tem muita trepidação, os carros se danificam muito\”, disse. No percurso de volta para o Recife, a viagem é tranquila por boa parte do caminho. Os motoristas não encontram grandes problemas e há operários fazendo um serviço de tapa-buracos na pista.

Entre Caruaru e Gravatá, também é grande o número de irregularidades no asfalto, como ondulações, por exemplo, que podem causar instabilidade do veículo e fazer o motorista perder o controle da direção. Muitos motoristas são obrigados a passar pelo acostamento. Em alguns trechos da rodovia, os motoristas não contam nem com acostamento. A falta de sinalização também é constante, nos dois sentidos da BR. A placa que registra o km 74 está toda enferrujada. Em outras placas, mal dá pra ver o limite de velocidade por estarem tortas.

Na rodovia, são visíveis os vestígios de acidentes, como barreiras de contenção destruídas pelo impacto das batidas e marcas de pneu no asfalto. O trânsito de caminhões também é intenso e é comum ver pedações da carroceria e pneus ao longo do trecho entre Caruaru e Gravatá. Numa borracharia que fica às margens da 232, os mecânicos já perderam a conta de quantos veículos e motoristas já passaram por aqui em busca de ajuda. \”Sempre chega aqui tanque furado, pneu furado, às vezes estoura cano de escape. O pessoal reclama muito dessa pista, que não tem assistência\”, conta o mecânico Eronildo Pereira.

A BR-232 – duplicada entre os anos de 2002 e 2005 – sai do Recife e percorre 553 km até o entrocamento com a BR-316, no município de Parnamirim, no Sertão.

Do G1