O movimento Grito das Estradas, realizado nos dias 17 e 18 de setembro, em Brasília, para melhorar as condições de trabalho dos carreteiros em todo País, não tem data de término. Conforme Diumar Deleo Bueno, presidente da Fenacam (Federação Interestadual dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens), o \”Grito\” só irá parar quando as reivindicações forem atendidas pelo governo. Apesar das solicitações ainda não refletirem impactos relevantes aos transportadores rodoviários de cargas, os representantes do movimento declaram que o balanço das negociações com o governo foram positivas.
Enquanto a carreata – com cerca de 150 caminhões incluindo carro de som e buzinaço – circulava pela Esplanada dos Ministérios, com o objetivo de chamar a atenção do governo, lideranças da Frente Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas se dividiram em vários grupos para discutir as solicitações. Um deles foi recebido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, que nomeou três deputados embaixadores do movimento na Câmara Federal, que serão responsáveis para apresentar os três projetos de lei, para que possam entrar em votação. Outra frente de trabalho foi encaminhada ao presidente do Senado, Renan Calheiros, que se comprometeu a tramitar o mais breve possível os projetos para que cheguem ao Senado, depois de serem votados na Câmara Federal.
Outro grupo de trabalho foi apresentado aos membros da Comissão de Agro-negócio, que tratou sobre as AET\’S (Autorizações Especiais de Trânsito para Bitrens). Enquanto isso, outros representantes foram recebidos pelo secretário Executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio, que retrataram a falta de entendimento entre o governo e os órgãos competentes em relação as AET\’S, as quais haviam sido liberadas pelo Contran e agora voltaram a ser cobradas com base na Portaria baixada pelo Denit. O ministro dos Transportes não consegui explicar como um órgão de sua pasta publicou um ato que contraria o entendimento entre a Frente e o Ministério. Além disso, um outro corpo diretivo da Frente Nacional dos Transportadores foi levado ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, com o intuito de agendar uma reunião para os próximos dias o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social).
Segundo Diumar Deleo Bueno, presidente da Fenacam, pela primeira vez um movimento reuniu empresários e motoristas autônomos para discutir com o governo a situação crítica do setor de transporte rodoviário de cargas no País. No seu ponto de vista, o governo sinalizou que irá votar os projetos na câmara e no senado. Outro desdobramento relevante irá acontecer na abertura oficial da Fenatran, em São Paulo, onde representantes do setor prometem sensibilizar o presidente Lula para que o governo atue de forma mais firme para a solução dos problemas.