O governo do Paraná e a concessionária CCR RodoNorte iniciam nesta sexta-feira (25/11), as obras de duplicação da BR 277, em Campo Largo, cidade localizada no km 114. A iniciativa visa dar maior segurança e fluidez ao trânsito da região e agilizar o tráfego na principal rodovia de ligação entre Curitiba e o Interior do Estado. O trecho também é fundamental para o escoamento da produção agrícola e industrial paranaense, safra da região Centro-Oeste e de países do Mercosul rumo ao Porto de Paranaguá.
Obras na BR-277 tem sido pivô de impasses entre as concessionárias que a administram e o governo federal. Uma das polêmicas começou em 2000, quando a duplicação de um trecho com 80 quilômetros (entre Cascavel e Medianeira) foi excluída do contrato original de concessão, criado em 1997. Isso aconteceu em virtude dos prejuízos que a empresa que administra a via registrou em 18 meses, período em que a tarifa de pedágio foi reduzida pelo governo à metade.
O trecho é apontado por especialistas como um dos que precisa de reparos com mais urgência, devido a falta de segurança. No ano passado, por exemplo, 50 pessoas morreram no trajeto. Entretanto, a duplicação não é bem-vinda apenas neste percurso. De acordo com números da Secretaria de Estado de Transportes, dos 730 quilômetros de extensão, apenas 200 estão duplicados.
Segundo Evandro Viana, diretor-superintendente da EcoCataratas, uma das concessionárias que administra a BR-277, cada quilômetro de duplicação depende de um investimento que varia entre R$ 2,8 milhões e R$ 3,8 milhões. De acordo com o executivo, mesmo não sendo de responsabilidade da concessionária, a EcoCataratas desenvolveu um projeto para duplicar 91 quilômetros da rodovia, trecho entre Medianeira até a chegada à Ferroeste – sistema ferroviário paranaense. Segundo ele, o projeto já está pronto, mas depende do diálogo com a esfera pública. Viana destaca ainda que para fazer a obra no trecho serão necessários pelo menos quatro anos. Conforme suas explicações, o programa prevê a instalação de pista dupla em 22 quilômetros ao ano.
Mesmo com soluções que, ao que tudo indica, levarão certo tempo para serem finalizadas, José Richa Filho, secretário de transportes do Estado, garantiu recentemente, que é prioridade do governo paranaense a duplicação da BR-277. Entretanto, admitiu que \”o ideal seria duplicar toda a malha do Anel de Integração (que possui 2.493 km de extensão)”.