Quem olha os ovos de Páscoa nas prateleiras dos estabelecimentos de todo o País, não imagina a logística e o planejamento que este tipo de transporte demanda para que o produto esteja nos pontos de venda em perfeito estado e no período certo.
O diretor sênior de operações da DHL Supply Chain, Maurício Almeida, explica que a Páscoa começa cinco meses antes da data oficial e demanda um projeto logístico específico, cujo pico das operações ocorre cerca de 45 dias antes da data oficial.
A empresa tem mais de mais de 10 anos neste segmento, e é especializada em logística, armazenagem e distribuição. É responsável pelo armazenamento, em temperatura controlada, de milhões de ovos de páscoa todos os anos em seus Centros de Distribuição.
“Neste período chegamos a contratar 100 pessoas. É um esforço concentrado grande, pois, além do período relativamente curto, são produtos frágeis que demandam características específicas de acondicionamento e separação”, destaca Almeida.
O processo todo começa com cerca de um ano de antecedência, com os fabricantes dos ovos e outros produtos típicos da Páscoa (barras, bombons, coelhos de chocolate, kits especiais, colombas pascais, etc.) definindo as estratégias comerciais e de marketing e projetando os volumes a serem produzidos.
Com base nestas informações, é feito o planejamento logístico para a distribuição dos produtos, nos prazos e locais definidos pelo cliente. Em geral, esse projeto abrange a movimentação da mercadoria desde a fábrica até os centros de distribuição, de onde segue para os pontos de venda localizados em todo o País.
Os primeiros produtos, em geral, costumam ser distribuídos no início do ano, com a maior parte dos volumes sendo entregues até quinze dias antes da Páscoa.
Em relação ao transporte, a DHL conta com parceiros especializados que utilizam caminhões refrigerados, cuja temperatura é mantida entre 14 a 20°C.
A mesma preocupação com a temperatura é mantida nos centros de distribuição geridos pela DHL. A temperatura e a umidade são controladas através de antenas espalhadas por toda a área de armazenagem. Além disso, os pallets dos ovos, por conta da sua fragilidade, têm restrições de empilhamento, o que pode demandar um espaço maior para armazenagem.
Para o executivo as grandes dificuldades desse tipo de operação são o curto período e delicadeza do produto e a crescente variedade de produtos (com tamanhos e até formatos diferentes dos ovos e produtos típicos) e a diversificação dos pontos de venda.
“A primeira situação demanda mais cuidado no acondicionamento dos produtos e maior precisão no controle de inventário. Já a diversificação reflete a tendência do mercado como um todo de chegar cada vez mais próximo ao consumidor, não apenas nos grandes centros e pontos comerciais tradicionais, mas também no interior e pontos de venda complementares como postos de gasolina e quiosques. Esse movimento demanda um maior fracionamento da armazenagem para que os produtos e volumes certos cheguem a cada parceiro varejista”, destaca Almeida.