Novos entraves comerciais impostos pela Argentina no início de fevereiro já se refletem em US$ 800 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) em produtos que não atravessaram a fronteira do Brasil só na primeira quinzena deste mês.
A estimativa da ABTI (Associação Brasileira de Transportadores Internacionais) leva em conta os dois principais pontos de saída de mercadorias para o país vizinho: Uruguaiana e São Borja, que respondem por 98% da passagem de produtos.
Segundo a entidade, pelo menos 40% desse volume está parado no Brasil, e o restante nem deve mais entrar no país vizinho — está sendo redirecionado para outros mercados. “Mesmo que os produtos parados consigam entrar, as empresas brasileiras deixaram de exportar essas mercadorias no momento oportuno. No ano passado, entraves existiam, mas não eram tão intensos. O tempo de espera era menor”, explica Tadeu Campelo Filho, assessor jurídico da ABTI.
As expectativas não são boas. Campelo argumenta que o Ministério da Indústria da Argentina está incentivando os empresários a produzir no país o que mais importam. Além disso, também contribui para a redução dos embarques o custo das novas licenças exigidas. Cada encaminhamento de declaração juramentada custa, em média, US$ 200.
A ABTI calcula que o prejuízo para o setor de transporte dos 476 embarques que não se concretizaram em fevereiro é de US$ 2,38 milhões. Do início do mês até agora, a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) aponta que só 30% dos pedidos foram liberados.

Fonte: Zero Hora