Os custos de transporte no Brasil têm aumentado por conta da travessia das regiões metropolitanas provocado pelas restrições de circulação de caminhões de grande porte, como na cidade de São Paulo, e congestionamentos. O presidente da ASA Transportes, Valdir Santos, explica que esses atrasos resultam em custo maior com óleo, diesel, salário e manutenção. Outro problema, apontado por ele, é a insegurança no transporte já que o volume de escoltas entre São Paulo e Santos, por exemplo, cresceu 400% em 2011. Assim empresas menores estão deixando de fazer essa rota por causa da elevação dos custos provocados pelos atrasos no descarregamento das cargas em Santos e demora para atravessar São Paulo. De São Paulo a Santos, diz o executivo, paga-se cerca de R$ 1 mil pelo frete, mais o pedágio (que pode chegar a R$ 800) e também serviço de segurança e seguro.
Todas essas dificuldades de logística nas áreas metropolitanas estão se transformando em uma grande oportunidade de negócio na área de armazenagem. A JSL (antiga Julio Simões), por exemplo, está montando um Centro Logístico Intermodal na cidade de Itaquaquecetuba, ao lado da Rodovia Ayrton Senna e da ferrovia. O objetivo é trazer a carga pela ferrovia, por exemplo, até o local. Dali a mercadoria segue em caminhões menores para ser distribuída em São Paulo e região, sem restrição de horários.
Da China até o Brasil, um contêiner percorre cerca de 17 mil quilômetros (km) numa viagem que pode durar 35 dias de navio. O transporte de cada unidade até o Porto de Santos fica em torno de US$ 1,2 mil (R$ 2 mil), dependendo do tamanho da embarcação e das negociações com os armadores. Dali até a capital paulista são apenas 77 km, quase nada diante da viagem feita desde o Oriente. Porém o custo é o mesmo. A infraestrutura precária tem provocado uma expansão sem limites nos custos logísticos. Estudo realizado pelo Departamento de Competitividade de Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mostra que as empresas têm uma despesa anual extra de R$ 17 bilhões por causa das péssimas condições das estradas, burocracia (e sucateamento) nos portos, falta de capacidade das ferrovias e gastos com armazenagem. Informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Portal Exame – SP