O Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos) consultou seus associados, no início de novembro deste ano, para avaliar os impactos iniciais da turbulência econômica mundial no setor de autopeças. Participaram dessa sondagem 95 empresas associadas, de vários Estados brasileiros, que representam cerca de 41% do faturamento. O levantamento mostrou que a indústria de autopeças deve chegar a dezembro com 223,7 mil trabalhadores. O ápice do nível de emprego do ano foi em setembro, com 231,9 mil empregados. Se confirmar, haverá crescimento de 3,2% sobre 2007, e não 8,3% indicados em previsões feitas até agosto.

Quanto a férias coletivas, todas as empresas informaram que vão parar pelo menos 16 dias em dezembro. \”Mas é bom levar em conta que os acontecimentos e algumas decisões das empresas têm mudado diariamente e a situação pode piorar\”, alerta Paulo Butori, presidente do Sindipeças. Ele diz que a entidade montou um grupo de trabalho que começa a estudar o que pode ser feito para minimizar os efeitos da retração do mercado. \”É preciso ter muita calma e equilíbrio para não tomar decisões precipitadas nem ficar apenas olhando a tempestade pela janela\”, alerta. \”O primeiro trimestre do ano que vem será muito difícil.\”

Sobre intenção de investir, 48% das empresas informaram que manterão o que havia sido programado para 2009, 46% vão reduzir e 6%, aumentar. Quanto ao fechamento deste ano, em revisão das perspectivas feita em novembro, baixou de 9,6% para 6,3% a previsão de crescimento em reais do faturamento do setor, que pode chegar a R$ 74,4 bilhões.