Desde quando trouxe o FH para o mercado brasileiro, há cerca de 25 anos, a Volvo deixou claro que se tratava de um produto diferenciado e com a proposta de ser visto como um caminhão inteligente e seguro. Aliás, de certo modo o produto era novo também na Europa, onde havia conquistado o prêmio de “Caminhão do Ano”, em 1994. Hoje, já em sua oitava geração no Brasil, o FH continua se destacando pelo design – que privilegia a performance e a aerodinâmica – o que agradou muito os transportadores e motoristas autônomos, já que possui um visual bastante descolado, além de um pacote de equipamentos – tanto de série quanto de opcionais – que privilegia o conforto e a segurança.

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Na versão top, o FH conta com a tecnologia de várias ferramentas de segurança ativa (câmeras, sensores e radares); o I-See, que faz a leitura da topografia da rodovia, e também o Driver Coaching, solução telemática que acompanha a forma de condução do caminhão em tempo real

O FH avaliado nesta matéria é a versão 6×4 com motor D13C540, uma máquina de 13 litros, bloco de 6 cilindros em linha e 4 válvulas por cilindro, que desenvolve potência de 540cv na faixa de giro entre 1.450 e 1.900 rpm e torque de 265 mkgf de 1.050 a 1.450 rpm. Vale lembrar que a família FH possui também uma versão que desenvolve 750 cv de potência, porém, com motor de 16 litros.

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Esse motor mostra seu vigor e desempenho mesmo atrelado a um bitrenzão (conjunto de 9 eixos) com PBTC máximo de 74 t. A resposta desse engenho chama atenção, mesmo operando uma composição com PBTC máximo e em rodovia com diferentes condições de relevo. No caso, a descida e subida pela BR-277 no trecho de serra entre Curitiba e o Porto de Paranaguá. O trem de força conta ainda com a transmissão I-Shift de 12 velocidades.

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O cavalo-mecânico utilizado nessa operação foi uma unidade com entre-eixo de 3.000mm e com relação longa, de 3,10:1, característica técnica que justifica a possibilidade do modelo rodar em baixa rotação mesmo em velocidade de 80 km/hora.  Outras opções de entre-eixo do FH 540 são 3.200mm e 3.600 mm, que amplia ainda mais o leque de implementos que ele pode atrelar.

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Ao volante, logo se nota que a força é um dos destaques do FH 540. Sob o túnel, o motor se mostra muito eficiente. Em um trecho íngreme da estrada, o caminhão conseguiu vencer a 50 km/hora, em 11ª marcha e 1.000 rpm no conta-giros. Em 8ª marcha alcança uma velocidade de 30 km/h a 1.300 rpm.  As respostas às acelerações são imediatas em reta, garantindo segurança nas retomadas de velocidade, graças às funções da caixa I-Shift. Na função E+ ou I-Roll (modo econômico da caixa inteligente de 12 velocidades), a 70 km/hora, em 10ª marcha, a rotação não passou dos 1.000 rpm, lembrando que a faixa verde é entre 1.000 e 1.500 rpm.

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Ainda em marcha, precisamente na descida de Serra, outra ferramenta de segurança entra em ação. Trata-se do freio motor VEB, cujo poder de frenagem é de 510cv. Apenas 30% de sua capacidade, no primeiro estágio, é o suficiente para segurar o veículo em declive e sem a necessidade do motorista intervir com o pé no pedal de freio. Em velocidade de 35 km/hora, em 7ª marcha, o segundo estágio – que garante 70% da força de frenagem – é ativado. Nesse momento, a rotação vai a 2000 rpm, justificados pelo VEB que é mais produtivo entre 1.500 a 2.200 rpm.

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Câmera de monitoramento de faixa de rodagem auxilia o motorista com aviso sonoro, caso o veículo esteja queimando a faixa da pista para direita ou esquerda

No painel de instrumentos, o destaque está na tela de 7 polegadas, uma central que permite ao motorista ter alguns comandos do veículo em um só lugar. De boa grafia e bem intuitivo, como o computador de bordo, nele é possível acessar o GPS, o sistema de áudio, Bluetooth, recursos como o Driver Coaching, e acompanhar a leitura do I-See com o GPS ativado.

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Design do Volvo FH segue a tendência que favorece a aerodinâmica, e o detalhe da parte superior dos faróis proporciona ao modelo um visual moderno

O posto de trabalho do motorista é um verdadeiro cockpit. Sentar no banco do FH dá uma sensação de bem-estar, pois o assento acolhe bem o condutor por ser bastante anatômico. A curvatura do painel e o volante multifuncional ajudam na ergonomia.  Os ajustes dos assentos são controlados eletronicamente, como de um carro de luxo. O volante, com acabamento em couro e o material do painel, agradam ao toque. E a quantidade de portas-objetos a bordo não deixa a desejar – típico de um caminhão direcionado aos trechos de longas distâncias. O sistema de basculamento é elétrico, o que agiliza qualquer manutenção ou checagem, comuns antes de seguir viagem

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Nessa versão top, o ar-condicionado é digital e o sistema de som é completo com rádio bluetooth e acesso a aplicativos de streaming de música como Deezer e Spotify. O para-brisa reto dá uma visão mais panorâmica de tudo que se encontra à frente do caminhão.

TECNOLOGIA

O pacote tecnológico do modelo atende ao que há de mais moderno para o segmento de caminhões pesados disponibilizados no mercado brasileiro. Destaque para o I-See sistema capaz de fazer a leitura do trajeto por onde veículo trafegar e quando ele retornar ao mesmo local o fará de modo mais econômico, porque já reconheceu o percurso. Os dados da rota captadas pelo I-See ficam na nuvem e podem ser compartilhados com outros FH da frota, no caso de transportadores com mais de um modelo na frota.

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Outra ferramenta é o Driver Coaching, solução de telemática da Volvo que permite fazer o acompanhamento em tempo real da forma de condução. Funciona como um instrutor on-line, que dá nota de 0 a 100% com base em frenagem, aceleração, uso das marchas etc. Essa ferramenta é atrelada ao Volvo Dynafleet (programa da Volvo de gerenciamento de frota).

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Cabine Globetrotter XL é a mais alta da família FH. Espaço entre a janela e o espelho retrovisor bipartido é uma solução que garante maior campo de visão ao motorista, sendo que do lado direito o espaço é até 25% maior que o lado esquerdo

Na versão mais completa, o FH é equipado com ferramentas de segurança ativa, como a câmera de monitoramento da faixa de rodagem que auxilia o motorista com aviso sonoro caso ele esteja queimando faixa, tanto para a direita quanto para a esquerda. Se o condutor acionar seta para qualquer um dos lados, o sistema entende que o motorista está atento, portanto, não sinaliza. O caminhão traz ainda sensor de chuva, sensor com um radar que reconhece a zona de ponto cego quando a seta de mudança de pista é ativada, e se o sistema identifica outro veículo avisos sonoros e visual são emitidos.

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O piloto automático e frenagem, identificado como ACC, é um sistema de radar que garante uma distância segura do veículo que segue à frente. Se necessário, luzes sinalizam o risco de colisão e o freio do veículo é ativado automaticamente. Se o veículo tiver de fazer uma frenagem de emergência, as luzes de freio acendem e apagam de forma intermitente para alertar os demais motoristas. O detector de atenção é outra ferramenta que reconhece o padrão de condução de um motorista cansado ou sonolento, e emite sinais de alerta. E, por fim,  o FH agrega também o controle eletrônico de estabilidade, dispositivo que intervém imediatamente em situações de perda de estabilidade, reduzindo a potência do motor ou ativando os freios de forma independente.

Outro item presente no FH é o Stretch Brake (prevenção de efeito L), funcionalidade que freia o semirreboque de forma suave e intermitente, reduzindo o risco de acidente. Esse sistema funciona em velocidades de até 50 km/hora. Outro opcional é a câmera de ré, que pode ser instalada atrás do caminhão ou da carreta, dependendo da necessidade transportador.

No âmbito da estética e design, os espelhos retrovisores externos foram desenvolvidos com a finalidade de melhorar na segurança, tanto que a lacuna entre o caminhão e os espelhos (bipartidos) é até 25% maior no lado do condutor, o que lhe dá maior campo de visão. A versão avaliada é a equipada com a cabine Globetrotter XL Segurança, a topo de linha da marca, com direito a todos os recursos, tecnologias e itens de conforto hoje possíveis em um caminhão.

O teto solar possui cortina com comando elétrico, mas durante o dia e sem a cortina, traz um ambiente iluminado à cabine.

Apesar de as frotas serem a maioria na cor branca, essa versão avaliada na cor amarela chama a atenção por onde passa. E se destacou ainda com o desenho de laterais mais arredondadas atribuídas ao FH. Tudo nele foi projetado pensando na aerodinâmica, inclusive o detalhe da parte superior dos faróis, que além de dar ao caminhão um visual moderno e futurístico, quando aceso, graças ao xênon, chama a atenção de quem trafega pela rua. É um caminhão cujo design é compatível com as tecnologias que ele entrega.