Para os caminhoneiros que fazem a rota Mercosul a pandemia trouxe ainda mais dificuldades do que as enfrentadas normalmente. Os pátios estão lotados de caminhões deixando os profissionais aglomerados.
Os profissionais alegam ficarem muitos dias parados em pátios sem infraestrutura. Muitas vezes com direito a apenas um banho. Reclamam também do frio e de estarem expostos a se contaminarem com o novo coronavírus pela impossibilidade de distanciamento seguro.
Um desses motoristas é Jose Luiz Fernandes, de São Paulo/SP, 57 anos de idade e 33 de profissão e desses 15 viajando pelo Mercosul. Ele viajava para o Chile e se sentiu mal e foi internado e diagnosticado com Covid-19. “Estou internado em um hospital em General San Martin, próximo a Mendonza. A situação para os caminhoneiros que fazem essa rota não está fácil. No meu caso, não tive apoio da empresa que trabalho e contei com a ajuda de colegas da argentina. Graças a Deus estou melhor e reagindo bem mas não desejo o que passei para ninguém”, destacou.
Segundo relato de José Luiz, no Mercosul durante o inverno quem viaja para o Chile se depara com estradas fechadas por conta da neve. O grande problema é a falta de infraestrutura para o caminhoneiros aguardarem a liberação. “A polícia da argentina concentra todos em um único pátio, com uso restrito do banheiro, na verdade um banheiro para todos. Além disso, não temos locais para se alimentar e estamos todos aglomerados o que pode aumentar o risco de contaminação”.
Preconceito com brasileiros
Motoristas relatam também sobre o preconceito dos policias argentinos em relação aos brasileiros, por conta do alto índice de contaminados no Brasil. “Estamos sofrendo muita fiscalização por parte dos policiais argentinos. Eles ficam de olho nos brasileiros pois têm medo que a gente esteja contaminado. O trânsito dos caminhões brasileiros esta bem difícil na argentina”, destacou.