Para o autônomo que pretende começar uma gestão financeira é preciso estabelecer um planejamento de custos eficiente, controle de gastos, negociar de maneira assertiva o frete, programar as manutenções do caminhão, plano de viagem e investir em cursos e treinamento para uma direção mais econômica. Mas por onde começar?

O primeiro passo é separar os custos pessoais dos custos do caminhão. Assim, o profissional terá uma visão geral de como funciona o seu negócio e de que maneira pode aumentar o seu faturamento mensal.

Para Antonio Lauro Valdivia Neto, engenheiro de transporte, a primeira providência para a gestão financeira é estudar o mercado, analisar as possibilidades, fazer uma peneira, identificar as rotas, as cargas, os clientes que se destacam e pagam melhor.  O passo seguinte, inclui fazer os cálculos corretamente de quanto vai gastar em cada situação, para ver quais são as melhores opções. E, sempre ficar atento as mudanças, ou seja, não é porque hoje determinada condição é boa que amanhã não possa se tornar ruim.

Como reduzir custos na estrada

“O autônomo não pode se acomodar jamais. A gestão financeira é um instrumento fundamental para qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica, no caso do caminhoneiro vai deixá-lo mais tranquilo e com mais poder de negociação, pois o conhecimento financeiro permitirá que ele sempre esteja com as contas em dia sem nenhum vencimento o pressionando a aceitar qualquer frete”, explicou.

Gestão Financeira: importância de saber negociar o frete

No momento de negociar o frete é de extrema importância que o motorista analise se o valor oferecido será suficiente para pagar todos os custos da viagem e deixará algum lucro. O frete analisado deve ser a soma do valor recebido na ida e na volta. A planilha de custos bem elaborada dá condições para que o prestador de serviço análise de forma consciente o frete que lhe é oferecido. Além de ser base para a avaliação do negócio.

Na planilha de custo devem constar todos os recursos consumidos e os custos com manutenção, pneus, despesas de viagem, combustível, taxas e impostos (licenciamento, IPVA, seguro obrigatório, RNTRC, taxa de vistoria de tacógrafo, etc) pagos para rodar com o caminhão, além de seguro do caminhão e os custos de depreciação do veículo. Desta forma será possível saber com mais certeza se a viagem será lucrativa.

Essa é uma das maneiras mais simples de o motorista cuidar bem do seu negócio. Para começar, basta ter um caderninho e anotar todos os custos acima citados e os fretes recebidos. Assim o autônomo terá condições de fazer uma avaliação ao final de cada viagem, de cada mês, trimestre, semestre e ano, e saber se foi positivo ou negativo.

“O autônomo deve tomar muito cuidado com os maiores custos, por exemplo o combustível, sem descuidar dos demais. No transporte de carga as margens e o lucro são baixos, então qualquer economia comparada ao lucro é uma enormidade. Tem que se ter controle de tudo média de consumo e valores pagos em cada viagem”.

A negociação, ainda de acordo com Lauro, também faz parte de qualquer negócio. É preciso saber o que se quer obter, o quanto se quer do serviço, em que condições lhe interessa e principalmente ter o máximo de informações. Entre elas valor do frete, os custos envolvidos, as dificuldades, a condição do retorno, o tempo de carga e descarga, as condições de pagamento, se há adiantamento).

“Quanto mais prepara você for para uma negociação maior as chances de fechar um bom negócio. O importante é valorizar o serviço que você presta e sempre colocar o seu negócio em primeiro lugar, resguardando o lucro dele, afinal de contas é dele que você vai tirar o seu sustento e da sua família. O cliente é importante, mas tem ficar em segundo lugar”, finalizou.