Reajustes constantes, falta de alternativas e dificuldades para manter o caminhão rodando faz o Brasil se questionar sobre o futuro do diesel. Devido ao alto preço para quem transporta no Brasil, o diesel é visto como um combustível que deve ser substituído, por outros alternativos, a curto e médios prazos nos caminhões de distribuição urbana e a longo prazo nos modelos rodoviários. 

Por conta disso, fabricantes de caminhões de todo o mundo, tanto os tradicionais quanto os que surgiram nos últimos anos, trabalham constantemente para colocar no mercado veículos que utilizam outras formas de energia, inclusive sem emissões de CO2

Apesar de ser uma fonte de recurso teoricamente limitada, que um dia pode acabar, o diesel é, de longe, o principal combustível que move a frota mundial de transporte de carga e passageiros por ruas e estradas.

Seu principal problema, em todos os continentes, é o custo que ele impõe à operação de transporte. Em certos casos representa até 40% das despesas, mas o fato é que seu reinado está cada dia mais ameaçado, sobretudo nos países mais desenvolvidos onde a pressa para a utilização de outras formas de energia, inclusive mais limpas, é também maior.

Mas qual o futuro do diesel vai acabar?

De acordo com a previsão de especialistas de dentro da própria indústria de caminhões, a dependência desse combustível para movimentar veículos comerciais de cargas e de passageiros deve prevalecer por muitos anos em todos os cantos do planeta. E mais tempo ainda para quando se trata de seu emprego para caminhões rodoviários.

Pelo que se entende hoje sobre o futuro do combustível para movimentar a frota de veículos com motores ciclo diesel, em todas as categorias, o mais lógico é que as diferentes fontes de energia atualmente conhecidas para esse fim sejam mais consumidas em regiões com maior capacidade de obtê-las. No Brasil, por exemplo, ganham espaço o biodiesel e o biogás, assim como a importância que tem o etanol de cana de açúcar para o abastecimento dos carros de passeio.

No caso da frota de distribuição urbana, seja van, VUC, caminhão médio ou semipesado, como é de conhecimento geral, existem muitos caminhões e vans movidos por diferentes energias alternativas (bateria, gás, célula de combustível) em fase ainda experimental na Europa e América do Norte. No entanto, os trabalhos e pesquisas de desenvolvimento por parte dos principais fabricantes de veículos pesados de todo o mundo, caminham incessantemente para viabilizar o uso de baterias elétricas e também da tecnologia da célula de combustível (hidrogênio) em caminhões estradeiros.

FUTURO DO DIESEL: DESCARBONIZAÇÃO É A PALAVRA DA VEZ

A descarbonização é a palavra da vez as fabricantes de caminhão. Todas as empresas estão firmando o compromisso de cada vez mais disponibilizar produtos que contribuam para a redução de CO2 no planeta. Uma das principais metas anunciadas é zerar as emissões de carbono até 2050 através de alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis como fonte de energia.  E foi exatamente isso que as fabricantes de caminhões estão apostando com os caminhões Euro 6. Além disso, as fabricantes estão apostando em veículos autônomos, elétricos e a gás. 

Futuro do diesel: principais mudanças trazidas pelo sistema Euro 6

Em primeiro lugar é preciso entender que o Euro 6 é um conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel. No Brasil, o órgão responsável por essa regulamentação é o Conama e e a norma equivalente é o Procove P8.

De acordo com informações do Caderno CNT de Perguntas e Respostas do P8, o Proconve tem como base a regulamentação da União Europeia que trata sobre o controle das emissões de veículos automotores. A fase brasileira em curso para veículos pesados (P-7) é correspondente à norma europeia Euro V.

A cada mudança de norma existe uma redução dos níveis de poluentes. Dessa forma, o sistema Euro 6 (Procove P8)  tem como principal meta reduzir ainda mais esses índices quando comparado ao sistema Euro 5 (Provoce P7). Para atender aos padrões dessa fase, os motores automotivos passaram por modificações, e os veículos foram equipados com sistemas de pós-tratamento dos gases de escapamento. Uma das tecnologias utilizadas é conhecida como Redução Catalítica Seletiva (SCR8, na sigla em inglês) – que envolve o uso do Agente Redutor Líquido de NOx Automotivo, ARLA 32 – e a outra, Recirculação dos Gases de Escape (EGR9, na sigla em inglês).