A rotina de trabalho do caminhoneiro, já é um fator de risco para comprometer a atenção na direção e a saúde física e mental. O motorista fica, geralmente, entre sete e 20 dias fora de casa e nesse período dorme na própria cabine do caminhão. O sono não é tranquilo e nem seguro por conta do ambiente e risco de ser assaltado ou abordado durante a noite.
“Durante a madrugada acontecem coisas inimagináveis nos locais de parada. E tudo contribui para aumentar o cansaço e iniciar quadros de depressão e ansiedade. Afinal, é muito solitária a vida do caminhoneiro. Muitas vezes esses fatores facilitam o acesso a uso de substâncias que prejudicam a saúde do motorista e colocam em risco a vida de outras pessoas na estrada”, disse Alysson Coimbra, diretor científico da Ammetra.
“Durante a madrugada acontecem coisas inimagináveis nos locais de parada. E tudo contribui para aumentar o cansaço e iniciar quadros de depressão e ansiedade. Afinal, é muito solitária a vida do caminhoneiro. Muitas vezes esses fatores facilitam o acesso a uso de substâncias que prejudicam a saúde do motorista e colocam em risco a vida de outras pessoas na estrada”, disse Alysson Coimbra, diretor científico da Ammetra.
Apesar da fiscalização ser um ponto importante, Coimbra acredita ser importante oferecer um ecossistema melhor para o caminhoneiro onde ele possa estar ausente da sua casa, sem estar ausente das coisas do dia a dia. Para ele, é importante resolver as questões que levam o caminhoneiro a comportamentos inseguros e não simplesmente aplicar a infração ou punição.
“A cabine do caminhão, por si só, é um ambiente hostil e que leva a pessoa ao confronto com coisas que, às vezes, ela passou uma vida inteira fugindo. Traumas familiares, problemas financeiros, algumas contestações pessoais, sem contar em todos os desafios da própria profissão. Por conta da rotina agitada, e prazos apertados, esses pensamentos não são drenados ou cuidados de maneira correta o que leva a um esgotamento físico e mental e abre brecha para o uso de substância que trazem esse conforto como álcool, drogas e remédios”, explicou.
É fundamental que os condutores estejam cientes dos potenciais efeitos adversos dos medicamentos que utilizam e consultem seus médicos para orientações específicas sobre a segurança na condução veicular.
Atenção na direção: medicamentos que podem comprometer a segurança
1. Analgésicos
•Opioides: Medicamentos como morfina e codeína podem causar sedação, diminuição do tempo de reação, reflexos e coordenação, além de déficit de atenção, aumentando o risco de acidentes.
2. Relaxantes Musculares
•Carisoprodol e Ciclobenzaprina: Podem provocar sedação, raciocínio lento e falhas de atenção, comprometendo a capacidade de conduzir de forma segura.
3. Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos
•Benzodiazepínicos (ex.: diazepam, lorazepam): Associados a aumento significativo do risco de envolvimento em acidentes de trânsito devido a efeitos como sedação e comprometimento motor.
•Hipnóticos “Z” (ex.: zolpidem, zopiclona): Podem afetar o desempenho na condução, causando sedação e lapsos de atenção.
4. Antidepressivos
•Tricíclicos (ex.: amitriptilina): Podem aumentar o risco de acidentes, especialmente em doses elevadas, devido a efeitos como sedação e comprometimento cognitivo.
•Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) (ex.: fluoxetina, sertralina): Geralmente bem tolerados, mas alguns podem causar sedação e hipotensão postural, afetando a condução.
5. Antihistamínicos
•Primeira geração (ex.: difenidramina, clorfeniramina): Causam sedação significativa, prejudicando o desempenho na direção.
•Segunda geração (ex.: loratadina, cetirizina): Têm menor efeito sedativo, mas ainda podem afetar a capacidade de dirigir em alguns indivíduos.
6. Outros Medicamentos
•Anticonvulsivantes (ex.: fenobarbital, fenitoína): Podem causar sonolência e prejudicar a concentração e o raciocínio, comprometendo a segurança ao dirigir.
•Antiparkinsonianos (ex.: levodopa): Podem provocar efeitos adversos como flutuações motoras e sonolência excessiva, afetando a capacidade de condução.
•Anfetaminas/Metilfenidato (usados no tratamento do TDAH): Embora possam melhorar a atenção, também podem aumentar a impulsividade, afetando a condução segura.