O volume de frete é maior nas regiões Sul e Sudeste segundo a 6ª edição do Relatório FreteBras- O Transporte Rodoviário de Cargas. O estudo, pautado na movimentação de frete dentro da plataforma Fretebras, aponta que em 2021 o volume de fretes aumentou 37,6%. Na comparação com 2019, foi registrado um aumento de 123,6.

As regiões Sul e Sudeste puxaram o crescimento durante o ano todo. No Sul, o aumento no volume de fretes foi de 38,7%, enquanto no Sudeste, o volume subiu 27,8%. Isso ocorreu devido ao grande número de fretes cadastrados nestas regiões, demonstrando a alta representatividade que ambas têm no total de carregamentos registrados na plataforma. Minas Gerais registrou a maior alta do volume de fretes no período, 43,6%. Espírito Santo veio logo em seguida, com 27,3%São Paulo ficou na terceira posição, com 20,9%. Já o Rio de Janeiro registrou crescimento de 11,7%.

2022 mantém tendência de volume de frete

Os dados do IFPF mostram que o valor médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil é de R$ 1,01, enquanto que o preço do diesel ficou em R$ 5,59. As regiões Sul e Sudeste apresentaram o quilômetro por eixo mais caro em fevereiro (R$ 1,02). Os valores mais baixos foram registrados no Nordeste (R$ 0,99) e Centro-Oeste (R$ 0,97).

Na comparação entre janeiro e fevereiro de 2022, a maior alta do preço do frete foi registrada no Sul, que aumentou 1,53%. Isso aconteceu por ter sido percebido um aumento mais acelerado no número de fretes do que o volume de caminhões disponíveis. Enquanto que o número de fretes publicados na plataforma da FreteBras subiu 4,69%, o volume de veículos na região caiu 5,51%, levando para cima o valor do frete.

No Centro-Oeste, a alta no preço do frete foi de 0,92%, ficando praticamente estável. Naquela região, a lei de oferta e demanda também se aplicou, já que o pequeno aumento de veículos disponíveis na região (0,87%) não acompanhou o alto crescimento de fretes publicados na plataforma (16,46%).

No Sudeste, o preço do frete ficou praticamente estável, com leve aumento de 0,56%. O impacto das chuvas no período, principalmente em Minas Gerais, fez com que houvesse queda no volume de veículos disponíveis na região (-4,82%), sendo que o número de fretes publicados aumentou 12,17%.

Volume de frete por setores

O estudo da FreteBras também analisou três grandes setores que representam mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil: o agronegócio, a indústria e a construção.

Segundo o levantamento, o agronegócio puxou a oferta de fretes no período, com 36,6% das cargas registradas. O setor movimentou cerca de R$ 23 bilhões em fretes. Os estados mais significativos foram São Paulo (15%), Rio Grande do Sul (14,7%), Paraná (13,5%) e Minas Gerais (10,6%). Os produtos mais transportados foram fertilizantes (31,5%), milho (10,9%) e soja (9,2%). Na comparação entre 2020 e 2021, os fretes do agronegócio aumentaram 46,9%.

Na sequência, os produtos industrializados originaram 28,2% dos fretes anunciados na plataforma em 2021. Os itens mais transportados no período foram os alimentícios (19%), seguidos por máquinas e equipamentos (11,3%) e siderúrgicos (10%). Os estados de maior destaque foram São Paulo (29,7%), Paraná (13,9%) e Minas Gerais (10,8%). Na comparação com 2020, o setor teve crescimento de 31,1% no volume de transportes em 2021.

Já os fretes de insumos para construção somaram 12,4% das cargas registradas na FreteBras no ano passado. Os produtos mais transportados foram cimento (38,4%), telha (7%) e pisos (6%). Em relação a 2020, houve crescimento de 44,5% no volume de fretes da categoria e os estados que mais carregaram insumos foram Minas Gerais (46,3%), São Paulo (14,4%) e Paraná (6,7%).

Caminhoneiros devem estar atentos as melhores oportunidades

Em tempos de crise estar atento as oportunidades de mercado pode fazer toda a diferença para aumentar o faturamento do caminhoneiro. Saber aonde o volume de frete é maior e em qual os produtos têm maior circulação é um caminho para o motorista entender qual frete pode render mais no final do mês. Entretanto, além de estar atento de como o mercado atual está operando é importante saber negociar de maneira correta o valor do frete para não sair perdendo no final da viagem. 

Dentre as dicas para saber quando o frete compensa e conseguir aumentar a margem de lucro, especialistas apontam principalmente para uma melhor gestão financeira dos contratos, com controle claro de despesas e recebimentos, para que os ganhos não fiquem comprometidos.

Dicas de como elaborar uma planilha de custo

Analisar o frete 

O maior perigo de não analisar o valor de maneira correta é o motorista ter de trabalhar cada vez mais, porque a medida que se reduz o frete, é necessário aumentar a quantidade de serviços para manter a receita no mesmo nível. E, mesmo assim, nem sempre será o suficiente para compensar os gastos com cada uma dessas viagens. A consequência, como tem acontecido, é a falta de condições para honrar pagamentos de compromissos assumidos.

Como analisar o frete 

Na hora de negociar o frete é de extrema importância que o motorista analise se o valor oferecido será suficiente para pagar todos os custos da viagem e deixará algum lucro. O frete analisado deve ser a soma do valor recebido na ida e na volta. A planilha de custos bem elaborada dá condições para que o prestador de serviço analise de forma consciente o frete que lhe é oferecido. E assim consegue verificar quando o frete compensa. Além de ser base para a avaliação do negócio.

O que deve constar na planilha

Na planilha de custo devem constar todos os recursos consumidos e os custos com manutenção, pneus, despesas de viagem, combustível, taxas e impostos (licenciamento, IPVA, seguro obrigatório, RNTRC, taxa de vistoria de tacógrafo, etc) pagos para rodar com o caminhão, além de seguro do caminhão e os custos de depreciação do veículo. Desta forma será possível saber com mais certeza se a viagem será lucrativa.

Essa é uma das maneiras mais simples de o motorista saber quando o frete compensa e cuidar bem do seu negócio. Para começar, basta ter um caderninho e anotar todos os custos acima citados e os fretes recebidos. Assim o carreteiro terá condições de fazer uma avaliação ao final de cada viagem, de cada mês, trimestre, semestre e ano, e saber se foi positivo ou negativo.

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