Entre janeiro e outubro desse ano 25 acidentes foram causados por sono no trecho concessionado da BR-163. As ocorrências resultaram em cinco mortes de condutores, o que representa um índice de 20% de mortalidade. Os principais argumentos dos motoristas são os prazos curtos para entregar os produtos e os vários dias de viagem que não permite o profissional dormir de maneira adequada.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a taxa de acidentes causados por sono pode ser maior, já que nem todos os motoristas admitem isso durante as investigações. Sendo assim, o índice é uma estimativa baseada em relatos de testemunhas e o cenário do acidente.
No entanto, uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), apontou que cerca de 20% dos acidentes de trânsito no país estão relacionados à sonolência.
A Abramet classifica os motoristas em grupos de risco com maior chance de envolvimento em acidentes de trânsito causados por sonolência. São eles: jovens com até 25 anos, pois costumam dirigir à noite após muitas horas sem dormir; motoristas profissionais pelos longos períodos ao volante e os trabalhadores do período noturno.
O gerente de Operações da Rota do Oeste, Wilson Ferreira, alerta que no caso da BR-163, o risco de acidentes motivados por sono é preocupante. A rodovia é uma das principais vias de escoamento do país, com tráfego diário de 70 mil veículos, sendo 60% deles de caminhões e carretas.
“Os caminhoneiros costumam passar muitas horas dirigindo e às vezes optam por seguir viagem mesmo com sono. Isto em uma rodovia de fluxo intenso como a BR-163 é perigoso. Em todas as nossas campanhas de conscientização orientamos os condutores que façam pausas durante a viagem e que evitem dirigir com sonolência ou cansados”, destaca Ferreira.