Redução de custos, esta é uma das principais metas perseguidas pelos empresários do setor do transporte rodoviário de carga. Muitos já perceberam que para obter êxito não basta apenas manter a frota atualizada. Mais que isso, é preciso investir também em mão-de-obra, qualificada, oferecer treinamento aos motoristas, o que significa ir além da simples rotina da entrega técnica do caminhão na concessionária.

Os resultados, segundo dados das próprias empresas que já realizam esse tipo ação, vêm na forma de redução do consumo de combustível, de acidentes e de manutenção dos veículos da frota. Além disso, os funcionários se sentem mais satisfeitos e dispostos a contribuir para o crescimento da organização.

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Estudo realizado pela Fabet mostrou que um motorista capacitado pode gerar 13% de aumento na média de consumo de combustível, 45% de redução na troca de marchas, 11% de melhoria no tempo de viagem e 37% menos o uso do freio de serviços e maior uso do freio de motor. Apesar de muitas empresas ainda não oferecerem cursos de atualização para seus funcionários, outras, de olho nesses benefícios e no aumento da rentabilidade, investem em programas de capacitação e treinamento para obter mão de obra qualificada e eficiente.

Uma dessas empresas é a JSL, que mantém programas de capacitação e treinamento que contribuem na redução de acidentes e de custos, por conta da utilização correta do caminhão. As ações contribuem também para aumentar a motivação do profissional e o alertam sobre a importância de sua responsabilidade social e do seu papel na sociedade.

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O foco em motoristas decorre do fato de serem a maior categoria dentro do quadro funcional da empresa, explicou Claudemir Turquetti, da JSL

Para atender a essa demanda, a empresa disponibiliza o PEC (Programa de Educação Continuada), que abrange aos condutores da empresa de todas as categorias. “O foco em motoristas decorre do fato de serem a maior categoria dentro de nosso quadro funcional. Além da utilização de consultorias externas, muitos cursos são ministrados por nossos instrutores, entre administrativos e operacionais como Direção Defensiva, Segurança em Neblina, Combate a Incêndio, Condução Econômica, Economia Doméstica, 5S, Atendimento ao Cliente, Legislação ao Trabalho de Pessoas com Deficiência, Primeiros Socorros e Qualidade, entre outros”, relacionou o gerente-geral de desenvolvimento humano e organizacional da JSL, Claudemir Turquetti.

Outra empresa do setor que tem essa preocupação é a Transportadora TA. De acordo com o gerente de RH, Márcio Oliveira, a valorização gera motivação e esta faz com que o motorista dirija com mais segurança, prudência e seja mais cuidadoso com o veículo. “Assim, ele reduz o risco de acidentes e de avarias nas cargas. É possível também observar melhoras no cumprimento dos trajetos e horários pré-definidos, além de maior disponibilidade para auxiliar o cliente”, acrescentou. Oliveira complementou citando também a contribuição para a excelência na prestação de serviços, com redução de custos e de riscos de roubo. “Também é possível observar a redução do absenteísmo”, ressaltou.

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A valorização gera motivação e faz com que o motorista dirija com mais segurança, prudência e seja mais cuidadoso com o veículo, reconheceu Márcio Oliveira, da Transportadora TA

A empresa oferece programa de desenvolvimento contínuo composto por treinamentos. O objetivo é promover o fortalecimento da cultura e o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais. Oliveira reforçou que o motorista atualizado apresenta maior predisposição para ser mais zeloso com o caminhão e dirigir com prudência, reduzindo riscos no trânsito. “Os profissionais seguem as normas internas de gerenciamento de riscos, cumprem de forma natural os procedimentos operacionais que viabilizam a execução das atividades e o atendimento dentro das melhores práticas de mercado, além de seguirem a legislação vigente”, concluiu.

A valorização do motorista é levada em conta também na Fadel Transporte e Logística, empresa do setor que desenvolve uma série de programas de valorização do condutor. A lista de atividades inclui  o Painel de Destaque do ano (programa mensal), Prêmio de Consumo de Combustível (pelo qual a partir de uma determinada média o ganho é dividido com o motorista), Prontuário Eletrônico de Acompanhamento da Condução do Motorista e Prêmio por Produtividade.

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Motorista treinado e motivado é mais eficiente e certamente dirige com mais segurança, afirmou Ramon Alcaraz, diretor da Fadel

“As principais vantagens são redução do custo de contratação, treinamento e principalmente produtividade. O motorista motivado e treinado é mais eficiente e, certamente, mais seguro. Isso é comprovado pela grande redução de acidentes que tivemos nos últimos cinco anos (75%)”, relatou Ramon Alcaraz, diretor da Fadel.

A empresa investe também em cursos de Direção Segura, Direção Econômica, Segurança e Simulador de Condução. O resultado, explicou Alcaraz, é aumento da segurança e redução do consumo de combustível, pneus e de manutenção dos caminhões.

Reciclagem de motorista também é outra atividade dentro de empresas de transporte. No caso da Amafil, os profissionais contam com Semana Amafil de Transporte, identificada pela sigla SAT e totalmente voltada ao profissional do volante. Além de treinamentos específicos, também constam na pauta assuntos referentes a manutenção, direção defensiva e orientação.

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“Disponibilizamos também treinamentos específicos para cada categoria interna disponível, quando o motorista é recrutado ou quando há troca de caminhão”, explicou Lediane, gerente de frota da transportadora. Ela acrescentou que a SAT acontece desde 2010 e conta com participação de equipes das fabricantes de caminhões e de pneus, para treinamento e atualização de conhecimento técnico.

Conta que criou a SAT pensando em formar uma equipe de transporte treinada e capacitada para conduzir a frota forma segura e a empresa obter melhor desempenho. Isso sem esquecer de manter atualizada a manutenção preventiva. “O motorista treinado se torna mais valorizado e capaz de apresentar os resultados esperados pela empresa”, disse, concluindo que aposta em treinamentos que trazem também integração e permanência dos profissionais na empresa.

por Daniela Giopato