Uma possível paralisação de motoristas de caminhão está marcada para a próxima segunda –feira (09/11). A informação obtida até o momento é que a greve estaria sendo comandada por grupos que se classificam como independentes de sindicatos, como o Comando Nacional do Transportes, que em outubro divulgou notas em seus perfis nas redes sociais prometendo paralisação no dia 9 de novembro.

O grupo estaria reivindicando redução do preço do diesel, criação do frete mínimo, salário unificado em todo o País e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. A última manifestação envolvendo motoristas de caminhão aconteceu em abril deste ano e teve duração de cinco dias. Na tentativa de evitar mais uma greve e também o desabastecimento do País o governo iniciou conversas com líderes de movimento.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), por exemplo, emitiu ontem (04/11) um comunicado se posicionando a respeito dessa possível paralisação dos motoristas. De acordo com Diumar Bueno, presidente da CNTA, a entidade sempre manifesta apoio a movimentos de interesse específico da categoria dos caminhoneiros autônomos, organizados ou não, desde que haja representantes que respondam pelos atos que praticam.

O documento assinado por Bueno considera imoral e repudia qualquer mobilização que se utilize da boa-fé dos motoristas para promover o caos no País e pressionar o Governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a ver com os problemas da categoria.

De acordo com Bueno, paralisações, greves e protestos são legítimos em um regime democrático, mas as entidades sindicais que têm a prerrogativa legal de deflagrar uma greve, passam obrigatoriamente pela elaboração de uma pauta de reivindicação específica da categoria que representam, para ser aprovada em assembleia geral, que é quem tem, ao final, a legitimidade de deflagrar uma greve. “Não podemos admitir agora que pessoas estranhas, sem histórico algum de representação da categoria, utilizem-se do respeito que o motorista conquistou junto à opinião pública pela força e importância que exercem na economia do País”, explica.

O presidente da CNTA alerta sobre as consequências que um possível bloqueio de rodovias traz tanto para os transportadores quanto para a sociedade em geral. “É incalculável o prejuízo econômico, social e pessoal que esse tipo de atitude traz”. Bueno concluiu dizendo que neste momento, consultada a categoria, ela manifesta sua necessidade de trabalhar e não de paralisar. Até porque a dificuldade econômica por que passamos, não é exclusividade dos transportadores rodoviários, e sim de todo o Brasil.