A Mercedes-Benz está anunciando a chegada ao mercado de uma versão mais simples do caminhão Accelo, modelo que atende aos segmentos de leves e médios. A novidade tem como alvo o cliente que comprava modelos leves da Ford, já que a montadora está de saída do mercado de caminhões em toda a América Latina.
Trata-se de um veículo de entrada, com preço mais acessível, preparado para brigar pelo cobiçado espaço deixado pela linha leve da fabricante dos caminhões Cargo. outra novidade é que após dois anos de espera a montadora finalmente começa a disponibilizar a opção com transmissão automatizada para toda a linha Accelo.
A exemplo de outras opções da família Accelo, o novo veículo vai atender a uma faixa de carga entre 5 e 10 toneladas de PBT nas versões 815 e 1016 e também entra no segmento de médios com a 1316, esta com terceiro eixo. Isso porque de uns anos para cá, graças à evolução dos caminhões, sobretudo do trem de força e cabine, modelos projetados como leves têm entrado no território dos médios.
No caso do novo Accelo, para conquistar os novos clientes o veículo chega bem mais simples como, por exemplo, coluna de direção fixa e sem ajuste; banco do motorista estático, sem amortecimento, para dois acompanhantes e cabine curta. Chave com imobilizador, e chave elétrica geral, preparação para instalação de rádio, freios ABS, EBD (Distribuição eletrônica da força de frenagem dos eixos), Painel com computador de bordo e sistema de diagnose e aquecimento, também são itens de série do modelo de entrada.
Essa configuração é válida para as três versões do Accelo: 815 e 1016 e o 1316, sendo que essa última já atende ao segmento de caminhões médios, que pela classificação da Anfavea, associação que agrega os fabricantes de veículos automotores, são aqueles caminhões que atendem o PBT (peso bruto total) de 10 a 15 a 10 toneladas, enquanto os modelos leves são aqueles para a faixa de 5 a 10 toneladas de peso bruto total.
Um dos pontos fortes da linha Accelo está no trem de força formado pelo motor Mercedes-Benz OM 924LA de 4,8 litros. Esse motor entrega 156cv de potência, mas tem torque diferenciado dependendo do veículo. Nas versões 1016 e a 1313, por exemplo, são 610Nm, já para a 815, 580 Nm. A caixa de transmissão, por sua vez, tem cinco marchas se manual e seis a automatizada, com a última overdrive. Disponível para todas as versões da linha.
O Accelo com transmissão automatizada começou a ser oferecido ao mercado agora, porém, essa opção tinha sido anunciada e apresentada em outubro de 2017, na Fenatran. A demora ter o veículo pronto, no padrão da marca, se deve ao tempo que as engenharias da fábrica e da Eaton precisaram para tornar mais harmônica possível a sincronia entre o motor Mercedes e a transmissão Eaton. Essa opção aumenta em R$ 5 mil o preço do Accelo.
A condução do veículo com transmissão automatizada facilita não somente o trabalho do motorista como também proporciona os engates na hora certa, com trocas perfeitas, imperceptíveis e sem qualquer tranco. Semelhante a um carro de passeio automático. O torque entregue pelo propulsor de 4,8 litros também contribui muito para a performance do modelo.
Aplicação de transmissão automatizada em veículos de distribuição urbana é, sem qualquer exagero, um excelente negócio para motorista e frotista. Os empresários do setor de transporte, sobretudo os mais focados em distribuição urbana, já começaram a descobrir as vantagens desse equipamento.
A Jamef (junção das inicias de José Alves Martins e Filhos), por exemplo, fundada em 1963 e que opera com 1.200 veículos, foi a primeira a rodar em teste com quatro unidades automatizadas do Accelo. Os veículos chegaram à empresa em outubro de 2018. A transportadora é especializada em encomendas urgentes de cargas fracionadas tais como comércio eletrônico, varejista, têxtil, farmacêutico e automotivo, entre outros.
O gerente de tráfego, frota e manutenção da Jamef, Juliano Alba, afirmou que o modelo automatizado superou as expectativas. Destacou que as vantagens superam a versão com câmbio manual, com baixo custo quilométrico, por exemplo. “Os motoristas aprovaram o câmbio automatizado, fazendo entrega de encomendas rápidas, nos trechos rodoviários ou realizando transferência de carga entre nossas unidades”.
Ainda sobre o Accelo, disse que as 100 unidades com transmissão manual que a transportadora tem em operação atende bem às expectativas da empresa, com manutenção fácil e sem qualquer dificuldade com peças de reposição. “Esse caminhão aguenta a pauleira, roda praticamente todo o tempo, parando apenas para manutenções preventivas”, concluiu.
Roberto Leoncini, o vice-presidente de vendas e marketing caminhões e ônibus da montadora, destacou que
O Accelo é equipado com o mesmo motor dos caminhões da marca ara 17 toneladas produzidos pela companhia. O executivo referiu-se aos modelos 4×2 Atego 1419, para distribuição de bebidas, além de três versões do 1719 4×2, sendo duas plataformas e uma para coletor de lixo. Para esses caminhões, a engenharia da Mercedes-Benz elevou o torque do motor OM 924LA de 4,8 litros, para 185cv de potência e torque de 700Nm. “Estávamos bastantes ansiosos para lançar o Accelo automatizado”, concluiu.
O gerente de sênior de produto caminhão da Mercedes-Benz do Brasil, Marcos Andrade, acrescentou que o modelo pode receber plataforma para até 38m³, e que pode ser aplicado tanto em operações quanto em média distância. “Desde o lançamento, em – em substituição do Mercedinho 710 -, o Accelo já trazia o conceito de carro de passeio, perceptíveis no volante de automóvel e com regulagens, porta objetos, freio a disco, entre outros detalhes.
Ele lembra que nos últimos dois anos a linha Accelo recebeu 15 inovações, incluindo maior espaço interno na cabine com a cabine estendida, banco com amortecimento pneumático e vários ajustes, porta objetos e tanque de combustível adicional com capacidade para 150 litros (elevando para 300 litros a capacidade total) e de Arla32 com 25 litros.
Outros itens são sensor auxiliar de partida em rampa e sensor que identifica a carga sobre o caminhão e todo o pacote de segurança ABS EBD, ASR. Sensor de alerta de cinto de segurança e espelho com regulagem elétrica, computador de bordo e sistema de diagnose
Andrade destacou também que a transmissão automatizada possibilita se obter menor consumo de diesel em relação à versão com transmissão manual. “A caixa automatizada nivela os motoristas com os melhores profissionais e pode dar até 10% de economia de combustível, troca a marcha na hora certa e protege o trem de força”, reforçou.
Até abril deste ano a Mercedes-Benz emplacou 1.270 unidades do Accelo, que garantiram à marca 36% de participação no segmento de leves. Foram 723 unidades da versão 1016, 493 da 815 e 54 915E (para veículos blindados). Este volume garantiu à Mercedes-Benz a liderança entre os modelos médios, com cerca de 36% de participação no segmento. O Accelo médio, 1316 teve no período 169 unidades emplacadas.
