Os motoristas de caminhão brasileiros que cruzam a fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, pretendem parar suas atividades em protesto a taxa de R$ 390 cobrada pelo órgão paraguaio correspondente à Receita Federal. A medida é uma represália aos 25% do valor do frete relativos ao Imposto de Renda (IR), que está sendo retido na fonte dos motoristas paraguaios que vêm ao Brasil. Segundo Jeová Pereira, delegado do Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens no Estado do Paraná), com essa taxa os carreteiros não vão querer fazer mais essa rota. Ele contou que cinco mil motoristas de caminhão brasileiros dependem diretamente do transporte de cargas para o Paraguai e de lá para cá a dependência é ainda maior, uma vez que 12 mil profissionais do volante dependem dessa travessia. A taxação sobre os paraguaios faz parte do regulamento do Importo de Renda. Conforme o responsável pela Delegacia da Receita Federal de Foz do Iguaçu, Sérgio Savaris, o regulamento é uma compilação de várias leis. Algumas, da década de 40 e não tem nada de novo nessa cobrança. O que aconteceu, continua ele, foi que as transportadoras brasileiras, que são responsáveis fiscais pelas cargas vindas do Paraguai, passaram a cobrar a taxa, que estava esquecida. No dia 3 de março, os motoristas paraguaios e brasileiros fecharam a aduana em Foz como forma de protesto. Na ocasião, a taxa cobrada pela Receita brasileira era a mesma, de 25%, e os brasileiros pagavam R$ 187 no Paraguai. No dia 4 de março (quinta-feira), o valor da tarifa paraguaia dobrou.