Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra que de 1,7 milhão  quilômetros de extensão de estradas em todo o Brasil, apenas 165 mil km estão pavimentados, o equivalente a 9% de volume. Do total, 24% estão em péssimo estado e por esse motivo, segundo o Instituto de Pesquisa Economia Aplicada (IPEA), os custos operacionais dos veículos  aumentam em 38%, o consumo de combustível eleva em 58% e o índice de acidentes cresce em torno de 50%, além dos motoristas gastarem mais tempo de viagem.

Já o uso de concreto, apontado por especialistas como uma solução para melhorar as condições das rodovias, ocorre em apenas 2% da malha rodoviária de todo o território nacional. Segundo o IPEA, o pavimento de concreto dura cerca de cinco vezes mais em relação ao asfalto e possui menor gasto com manutenção, cerca de 85% inferior que o custo do pavimento asfáltico; é mais econômico, pois reduz em até 20% o consumo de combustível dos veículos; diminui o risco de acidentes, devido reduzir a distância de frenagem em até 40%; e ainda economiza energia elétrica, devido ser claro e com isso consegue refletir a luz dos postes de iluminação.

O concreto foi muito utilizado nas rodovias do País até a década de 60, entretanto perdeu espaço para o asfalto em função de subsídios concedidos e o período em que a indústria estava voltada para o crescimento imobiliário. A tecnologia foi retomada a partir dos anos 90 e para reativar essa cultura, a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), por exemplo, importou máquinas pavimentadoras, formou projetistas e mão-de-obra, uniu diversos elos de cadeia ligado ao setor e passou a incentivar o segmento e a prestar consultoria para garantir as melhores práticas nas obras de pavimentação de concreto.

Além disso, a ABPC trouxe duas tecnologias ao País. A primeira trata-se da Whitetopping, que consiste na colocação de uma camada de asfalto de concreto sobre o pavimento flexível deteriorado, ampliando sua vida útil e a capacidade de carga. Já a outra é denominada Overlay, que trabalha com a colocação de uma nova camada de concreto em cima de um pavimento rígido já existente. Segundo a empresa, ambos os sistemas não causam deformações plásticas e nem formam trilhas de roda.