Posicionada entre as três marcas que mais venderam caminhões pesados no ano passado, a Scania iniciou 2022 confiante em mais um período de crescimento da marca no mercado brasileiro de veículos pesados. A montadora registrou em 2021 o licenciamento de 15.610 unidades, atrás de 15.899 da Mercedes-Benz e 17.980 Volvo.

Assim como as demais fabricantes, a Scania enfrentou problemas na linha de produção com a falta de componentes devido problemas decorrentes da cadeia de fornecedores de dentro e fora do País. “Estamos operando bem abaixo da nossa capacidade instalada”, observou o diretor de vendas de soluções da Scania no Brasil, Silvio Munhoz.

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Por falta de componentes, a produção em 2021 esteve abaixo da capacidade instalada da fábrica. Problema  deverá persistir por mais alguns meses em 2022 este ano

Mesmo assim, a montadora registrou em 2021 crescimento de 79% no número de licenciamentos de caminhões pesados em relação a 2020. O resultado positivo é creditado principalmente aos altos níveis de economia de combustível atingidos pelos modelos da Nova Geração e também à satisfação dos clientes com as soluções de serviços disponibilizados pela montadora.

Entre os modelos da marca com maior avanço de vendas consta o R 540, com 3.501 unidades licenciadas contra 1.000 no ano anterior. De acordo com Silvio Munhoz, o resultado se deve às melhorias aplicadas na versão 6X4 após serem colocadas em prática as solicitações de clientes do agronegócio. E o R 500, por sua vez, alcançou o total de 1.898 unidades.

Munhoz lembrou que o setor do agronegócio foi o principal comprador de caminhões pesados em 2021 e será novamente este ano, embora a safra possa sofrer alguma redução devido a fatores climáticos, como seca nas regiões Sul e Sudeste e chuvas excessivas no Nordeste (Bahia).

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Agronegócio continuará a ser o grande comprador de caminhões pesados em 2022

O executivo destacou também o setor de cargas refrigeradas como grande comprador de caminhões pesados, no qual Scania R 450 de destacou com o licenciamento de 6.772 unidades emplacadas. O modelo foi lançado em 2019 para substituir o R 440 e as vendas de 2021 quase dobraram em relação às 3.576 do ano anterior. Foi o segundo caminhão mais vendido da indústria brasileira.

Pelas projeções Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, a produção total de grãos a safra 2021/2022 deverá atingir a 268,2 milhões de toneladas. A expectativa inicial de Munhoz para o segmento de caminhões pesados este ano é crescimento de 9%, a mesma da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

A expectativa dentro da Scania para este ano inclui a comemoração de 65 anos de atuação da empresa no Brasil, além de contar desde de 2021 com o investimento de R$ 1,4 bilhão para ser aplicado até 2025. Outro fato de destaque é a empresa ter passado a se reportar diretamente para a matriz na Suécia, separada da América Latina.

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Entre as ações para 2022, a Scania vai comemorar 65 anos de atuação no Brasil. O L75 é o primeiro modelo da marca produzido no País, a partir de 1957

Para o Fábio Souza, o novo vice-presidente e diretor-geral das operações comerciais da Scania, o Brasil ter se tornado uma região independente, dentro da estrutura comercial global da Scania, é um dos presentes de aniversário de 65 anos.

O executivo destacou ainda como principal desafio sob sua responsabilidade levar bons resultados aos clientes da marca e dar continuidade da condução da marca na transição para um setor de transporte mais sustentável.

Costa citou também do trabalho da companhia na preparação da próxima geração de caminhões para concluir a fase P8 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), em vigor a partir de 01 de janeiro de 2023.

“Teremos pela frente mais um período de desafios, eleições, inflação e pandemia, mas há também pontos positivos, como a agricultura forte, por exemplo”, disse Costa,  acrescentando que a Scania vai desenvolver muita coisa bacana neste ano de preparação dos caminhões com motor Euro 6, aniversário da empresa, Fenatran etc.

CAMINHÃO SCANIA A GÁS

E no caso do caminhão movido a gás, produto oferecido apenas pela Scania, por enquanto, porque a Iveco já anunciou para o início de 2023 o lançamento de seu produto, é aguardado também um aumento do volume de vendas.

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Caminhões pesados movidos a gás são vendidos pela Scania desde 2019. A montadora já entregou cerca de 300 unidades das mais de 600 já comercializadas

Atualmente a montadora contabiliza mais de 600 unidades comercializadas, das quais 300 já foram entregues e o restante está previsto para chegar aos clientes até o final deste ano.

Um dos clientes Scania para este produto é a Morada Logística, com 30 unidades já adquiridas para sua frota de 600 equipamentos. A aquisição mais recente são 5 unidades R 410 6×2 movidas a GNL (gás natural liquefeito), cuja autonomia proporciada por um tanque é de 1.200 quilômetros. A empresa adquiriu os primeiros caminhões movidos a gás em 2019 para operar entre o interior do Estado de São Paulo ao Porto de Santos, totalizando mais de 400 mil quilômetros rodados.

Os caminhões pesados Scania movidos a gás, direcionados para médias e longas distâncias, são tracionados por  motores Ciclo Otto alimentados 100% a gás natural e/ou biometano, ou mistura de ambos, nas potências de 280, 340 e 410cv.

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Contruidos com material  de ogivas de mísseis, os cilindros de gás são certificados pelo Inmetro, em conformidade com a lei

A montadora reforça que não se trata de propulsores convertidos do diesel para o gás, além de terem garantia de fábrica, tecnologia confiável e desempenho semelhante ao diesel. Os cilindros e  as três válvulas (vazão, pressão e temperatura) que liberam o gás em caso de anomalia em um destes três quesitos são certificados pelo Inmetro, em conformidade com a lei.

Ainda segundo a Scania,  os cilindros são extremamente robustos (o material é de ogivas de mísseis) e em caso de incêndio ou batida, o gás é liberado para a atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão ao contrário de um veículo similar abastecido a diesel que é mais perigoso, pois o líquido fica no chão ou sobre o caminhão.