Um engarrafamento de 10 quilômetros envolvendo mais de 900 caminhões interrompeu o acesso ao Porto de Santos na região da Alemoa, na última segunda-feira (01/03). Quem mais sofreu com a situação foi o carreteiro, que levou mais de três horas para percorrer o trecho (do km 61 da Via Anchieta até o Viaduto da Alemoa, acessando a rua Cristiano Otoni), que não leva mais de 20 minutos.
De acordo com o presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros da baixada Santista), Heraldo Gomes Andrade, o engarrafamento aconteceu devido a manobras feitas nas proximidades do Cais do Saboó pelos trens. Segundo ele, as locomotivas da Portofer Transportes Ferroviários Ltda. ficaram estacionadas no acesso ao cais e quem precisava vir da Anchieta não conseguia atravessar.
Para fugir do congestionamento, alguns motoristas de caminhão seguiam pela av. Martins Fontes e outras ruas do centro, tentando acessar o cais pela região do Valongo, mas correram o risco de serem multados pela CET, porque não é permitido o tráfego de caminhões naquela área.
O sindicalista acha que as dificuldades de trânsito do complexo portuário deverão se agravar nos próximos meses, em função do aumento, previsto para esse ano, na movimentação de soja, que chega ao litoral de trem e caminhão. A Codesp está prevendo um aumento de 45,9% nos embarques de grãos pelo cais santista, saindo das 8,29 milhões de toneladas em 2003, para 12,1 milhões de toneladas este ano.
Andrade diz que considerando os grãos transgênicos que poderão ser desviados do porto de Paranaguá/PR, onde esse tipo de carga está proibido, o número de caminhões subirá dos atuais 1.300 para cerca de quatro mil por dia.