Negociar melhor o frete, ter uma planilha com os principais custos de operação anotados são os primeiros passos para o motorista, principalmente o autônomo, conseguir se manter competitivo no mercado diante da atual crise econômica brasileira

Por Daniela Giopato

Apesar de haver uma pequena  expectativa de um início de melhora do cenário econômico brasileiro a partir do segundo semestre, motoristas ainda sofrem com o volume baixo de cargas a serem transportadas e, no caso dos autônomos, dos valores pagos pelos fretes abaixo das necessidades. Conversamos com o engenheiro Antônio Lauro Valdivia Neto, especialista em transporte e assessor da NTC & Logística, sobre como o carreteiro, principalmente o autônomo, deve se comportar diante da atual crise.

Nesse período de pouca carga e  cominhões sobrando, no desespero o motorista acaba aceitando qualquer tipo de frete. Para o engenheiro Lauro Valdívia, esse é o primeiro erro do profissional. “O maior perigo e o que provavelmente irá acontecer é que ele terá que trabalhar cada vez, pois a medida que se reduz o valor do frete, para se manter a receita é necessário aumentar a quantidade de serviços. Caso contrário ele não terá condições de honrar o pagamento dos compromissos assumidos”, destaca.

Lauro explica que na hora de negociar o frete é importante verificar se o valor é suficiente para pagar todos os custos da viagem e se sobrará alguma coisa. “O frete analisado deve ser a soma recebida na ida e na volta”, reforça.

A planilha de custos bem elaborada ajuda o motorista a analisar de maneira consciente o frete oferecido. Além de ser base para a avaliação do negócio. “Deve-se anotar todos os recursos consumidos e, lembrar que aquilo que foi esquecido, ou seja, não foi anotado será coberto pelo lucro, caso ele tenha algum. Portanto deve-se controlar os custos com manutenção, pneus, despesas de viagem, combustível, taxas e impostos pagos para rodar com o veículo (Licenciamento, IPVA, seguro obrigatório, RNTRC, taxa de vistoria de tacógrafo etc), seguro do caminhão, além de incluir os custos de depreciação do veículo”, afirma.

O especialista em transporteressalta ainda que o trabalho de controle pode ser feito de maneira simples, basta o motorista ter um caderno e começar a anotar todos os custos citados e os fretes recebidos. Com isto ele terá condições de avaliar o resultado da operação todo final de mês, trimestre, semestre e ano se a mesmo foi positiva ou negativa.