Carreteiros que transportam produtos como soda cáustica líquida, hipoclorito e ácido clorídrico estão usando menos o celular enquanto estão ao volante do caminhão. Pesquisa realizada em seis Estados brasileiros apontou também que a jornada de trabalho dos motoristas está mais curta

Por João Geraldo

Carreteiros que transportam produtos químicos estão usando menos o celular. Ao menos é o que diz a pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados, a Abiclor. De acordo com a pesquisa, 80% dos motoristas entrevistados informaram que não falam ao celular ou usam o aplicativo whatsapp enquanto estão ao volante do caminhão. No levantamento anterior, em 2015, o percentual era de 71,7%. Outro destaque é que atualmente os profissionais dirigem menos tempo: em 1997 eram 7,3 horas viajadas e atualmente são 6,3 horas.

A pesquisa da Abiclor é realizada a cada quatro anos e a deste ano contou com a participação de 409 motoristas de seis estados (São Paulo, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Rio de Janeiro e Espírito Santo). Ainda de acordo com a pesquisa, os principais produtos transportados pelos entrevistados são soda cáustica líquida (51,2%), hipoclorito (23%) e ácido clorídrico (11,7%).

Para a associação, apesar de ter diminuído o porcentual dos carreteiros que usam o celular enquanto dirigem, o número de profissionais que ainda fazem uso do aparelho ao volante é motivo de preocupação. O representante da Abiclor, Nelson Felipe, destacou que é preciso continuar trabalhando para zerar esse indicador. De acordo com ele, o caminho é treinamento e conscientização.

De acordo com dados da Abiclor, nos últimos 22 anos a idade média dos carreteiros que transportam produtos do setor cloro-álcalis no Brasil aumentou de 42 para 46 anos. Na avaliação da associação, as transportadoras estão dando mais importância à política de retenção de profissionais com experiência comprovada no transporte de produtos do setor. “No entanto, 46 anos reflete um motorista jovem, experiente e maduro o suficiente para desempenhar com segurança sua função”, disse Felipe.

Ainda segundo a pesquisa da Associação, os carreteiros do setor são habilitados há mais de 23 anos e transportam produtos químicos há 10,5 anos em média, sendo que a maioria (62,9%) trabalha com carteira assinada. Os agregados somam 17,6%, 4,4% são autônomos e 15,4% não informaram em que regime trabalham.

Idade média dos motoristas

1997…………………… 42,2 anos

2001…………………… 42,3 anos

2004…………………… 41,6 anos

2007…………………… 42,2 anos

2011……………………. 43,6 anos

2015……………………. 44,5 anos

2019 …………………… 46,2 anos

Tempo médio de habilitação

1997……………………. 20,0 anos

2001…………………… 21,0 anos

2004……………………. 20,0 anos

2007…………………… 21,0 anos

2011…………………… 23,4 anos

2015…………………… 22,4 anos

2019 ………………….. 23,2 anos

Idade média da frota de caminhões

1997……………………. 13,6 anos

2011……………………. 8,8  anos

2015…………………….  6,7 anos

2019 …………………..   7,3 anos

Idade média da frota de carretas

1997…………………… 10,5 anos

2001…………………….. 9,8 anos

2004…………………….. 9,2 anos

2007……………………… 8,0 anos

2011…………………….. 7,1 anos

2015…………………….. 8,1 anos

2019……………………… 8,8 anos

Idade média dos motoristas e tempo de habilitação aumentaram nos últimos 22 anos. A frota também ficou mais nova.