Todos os passos para o cuidado com as rodas de caminhões e ônibus já foram definidos por organismos internacionais, como a Associação Latino-Americana de Pneus e Aros (Alapa). Para uma manutenção adequada desses componentes, basta que o usuário siga os procedimentos já especificados para evitar graves problemas com a segurança da operação.

Um só detalhe ajuda a entender a importância da inspeção das rodas: elas formam um conjunto (pneu/roda) e também a ligação entre o veículo e o pneu, sendo que este último chega a representar uma boa parcela dos custos operacionais no transporte de carga ou passageiro. Isso significa que as rodas, quando não submetidas a uma manutenção adequada podem causar sérios danos aos pneus, gerando riscos de acidentes, problemas na operação e grandes prejuízos para os frotistas.

Para os especialistas, a maioria dos problemas com aros e rodas está relacionada à sobrecarga e às falhas na manutenção de todo o conjunto. Mas existem diversos outros fatores que devem ser considerados na hora de realizar a inspeção das rodas do caminhão.

Especialistas ressaltam que existe uma fronteira para a recuperação dos aros e discos das rodas. Se eles estiverem danificados ou trincados, por exemplo, jamais devem ser soldados, pois as tensões residuais no local da solda vão provocar novas rachaduras. À medida que os veículos entram em operação, essas rachaduras tendem a aumentar rapidamente, criando a possibilidade de vazamento do pneu e rompimento da roda.

Outra situação limite, que determina que o conjunto de rodas não deve permanecer em uso, é a presença de aros com deformações ou desgaste excessivo nos assentos dos furos de fixação (furos ovalizados).

Essas informações devem ser seriamente consideradas quando se deparam com a possibilidade de recuperação dos conjuntos de rodas. Se os fatores acima forem detectados, a decisão correta é a substituição dos componentes. Na verdade, a prevenção pode tirar esse dilema do caminho dos gestores. As ações para se evitar desgastes irrecuperáveis são várias, a começar pelo combate à corrosão, que é o grande vilão das rodas.

Também é recomendável a utilização de lubrificantes adequados na montagem do pneu na roda, isso preserva o pneu e a rodas pois evitam tensões excessivas na montagem e uma facilidade maior na desmontagem pois evita a que o pneu cole na roda devido ao excesso de temperatura.

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Verificações de rotina

Sempre que o usuário realizar trocas ou reparos no pneu, recomenda-se a aplicação de uma nova camada de tinta anticorrosiva nas rodas. Porém, se a manutenção detectar corrosão em estágio avançado, o mais prudente é tirar a roda de uso. A avaliação da corrosão pode ser feita no mesmo período em que o aperto das rodas é realizado. Os órgãos normativos nacionais e internacionais recomendam a realização desse aperto a cada 2 mil horas.

Durante essa operação preventiva, os técnicos devem verificar a presença de todas as porcas e parafusos (prisioneiros), bem como as suas condições de conservação. Caso esteja faltando algum deles, é preciso providenciar os componentes antes da montagem.

É recomendado que se mantenha um estoque de válvulas e núcleo de válvulas para a substituição sempre que necessário. O uso de tampas nas válvulas também é de suma importância para se evitar a entrada de água e sujeira no interior da válvula.

Bom trabalho e até o mês que vem.

Esse Boletim é de responsabilidade do Consultor na área Automotiva Pesada, Guilherme Junqueira Franco, que tem a formação TTS – Truck Tire Specialist (Especialista em Pneus de Caminhão). Dúvidas poderão ser tiradas diretamente pelo e-mail: [email protected] ou [email protected]