Por João Geraldo
Resultado de investimento de 25 milhões de dólares, o Volvo VM 310 concorre num nicho de mercado atendido por composições de 43 toneladas de PBTC, tracionadas por cavalos-mecânicos “leves”. O modelo, indicado para médias e longas distâncias, no caso da versão cabine leito, ganhou destaque no seu segmento devido as características que vão desde a de ser equipado com mesma caixa de câmbio de 14 velocidades utilizada pelos modelos pesados da linha H e eixo para 43 toneladas com bloqueio de diferencial até à sua cabine que incorpora vários detalhes característicos da marca.
Depois de rodar com uma unidade cedida pela Volvo do Brasil, lastreada no peso de balança com sacos de areia, em um semi-reboque de 15,4 metros, restou à equipe da Revista O Carreteiro a constatação de que se trata de um veículo que dá conta do recado, atende plenamente à tarefa que se propõe, com o adicional de ser um caminhão confortável e agradável de se dirigir. E como é sabido, o conforto é um item bastante valorizado nos dias de hoje, em que o desempenho e a saúde do motorista representam uma preocupação para o próprio profissional do volante e também aos frotistas, cada dia mais focados na rentabilidade.
Na prática, o conforto oferecido pelo veículo é resultado de um conjunto de itens que transmitem ao motorista a sensação de bem-estar e segurança, nos quais se incluem o espaço interno e a boa ventilação da cabine apoiada sobre suspensão a ar, a qual se estende também para o eixo traseiro do cavalo-mecânico. O volante, por exemplo, é de bom tamanho e conta com ajustes de altura e profundidade que possibilitam uma regulagem adequada ao porte físico do condutor.
O banco do motorista tem amortecimento pneumático, as janelas contam com opção de vidros com levantamento elétrico, assim como o aparelho de ar-condicionado. Já o painel de instrumentos, por sua vez, rico em informações, mas longe de ser complicado, é desenhado de uma maneira envolvente para deixar todas as informações bem à vista e os comandos e botôes estão próximos das mãos de quem está no comando do veículo.
Do lado de fora da cabine, um conjunto de espelhos externos, ao lado direito, proporciona melhor visibilidade dos objetos próximos ao veículo dentro de um certo campo de visão. Inclusive da roda dianteira, como nos modelos mais pesados e tratam-se de itens que ajudam na condução do veículo.
Outro ponto que merece destaque é a caixa de marchas de seis velocidades com mais seis reduzidas – além de duas crawler – com alavanca de pequeno curso e engates suaves através de cabos. O escalonamento de marchas não deixa aqueles “buracos” entre uma e outra, que podem alterar o comportamento do caminhão. Ainda na parte do trem de força, o motor MWM International de 7,2 litros e seis cilindros em linha, com 310cv de potência a 2.200 rpm garante um bom desempenho da composição operando na faixa verde entre 1.400 e 1.800 rpm, na qual é possível manter boa velocidade de cruzeiro entre 60 e 80 km/hora. O freio motor é do modelo convencional, o qual é ligado através de botão no painel, com acionamento automático quando o motorista retira o pé do acelerador.
Apesar de estar atrelado a uma carreta de três eixos e PBTC de 43 toneladas, a cabine não bate devido ao balanço do semi-reboque. A versão com cabine-leito cedida pela fábrica, oferece um bom espaço interno para os ocupantes, com porta objetos na parte superior além de um bom acabamento na parte de tapeçaria dos bancos, teto e painéis de porta. Guardadas as devidas proporções, em tamanho e agilidade – pois se trata de um veículo de carga – quando o VM 310 se encontra em operação na rodovia, em velocidade de cruzeiro com as janelas fechadas e o aparelho de ar-condicionado ligado, pode ser comparado a um veículo de passeio. Não se trata de exagero, mas em matéria de conforto o modelo fica próximo de seu irmão maior, o FH. Boa parte deste resultado, como já citado, é por mérito da cabine, uma unidade moderna, produzida na França para o modelo Midlum, da Renault Trucks, e emprestada à Volvo do Brasil, já que se tratam de empresas do mesmo grupo.
FICHA TÉCNICA | |
MOTOR | |
Tipo | MWM 7A310 – common rail |
Potência/rpm | 310cv/ 228 a 2.200 |
Cilindrada | 7,2dm3 |
Diâmetro dos cilindros | 105mm |
Faixa econômica | 1.200 a 1.800rpm |
CAIXA DE MARCHAS | |
Modelo/Tipo | Volvo VT2214B |
Relação de transmissão | Red 1)16,86:1 / Red 2)13,51:1 |
/ 1a 11,13:1 / 2a 8,92:1 / 3a | |
7,16:1 / 4a 5,74:1 / 5a 4,68:1 | |
/ 6a 3,75:1 / 7a 2,97:1 / 8a | |
2,38:1 / 9a 1,91:1 / 10a 1,53:1 | |
/ 11a 1,25:1 / 12a 1,00:1 / | |
Ré 1)15,06:1 / 2)12,09:1 / | |
3)4,01:1 / 4)3,22:1 | |
EIXO TRASEIRO | |
Modelo/Tipo | RSS1043 – simples redução |
Bloqueio diferencial | opcional |
CMT | 43 TON |
Relações de redução | 3,58:1/3,91:1 |
SUSPENSÃO DIANTEIRA | |
Modelo/Tipo | parabólica , c/ 2 amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora |
SUSPENSÃO TRASEIRA | |
Modelo/Tipo | RST -PAR1 – Parabólica de 2 estágios,c/ 2 amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora. |
OPCIONAL | |
Modelo/Tipo | RST AIR – a ar c/ controlador de alt. manual (2 estágios – condução ou engate/desengate), c/ mortecedores de dupla ação. |
Nº de elementos elásticos | 2 bolsas de ar e 2 amortecedores |