A relação de crianças e adolescentes com o transporte de cargas é antiga. Quem nunca se emocionou ao ouvir a moda de viola “O menino da porteira”? O transporte por mulas deu passagem ao rodoviário, explorando os mais de 1.751.868 quilômetros de estradas e rodovias nacionais – a quarta maior malha do mundo.

Mas trata-se de uma relação que, nos últimos anos, acoberta um grande e triste drama nacional. A exploração sexual de crianças e adolescentes em nossas estradas é uma realidade. Um problema social tão profundo que só poderá ser enfrentado com a total atenção de autoridades, empresas, população e, claro, dos amigos carreteiros.

Outubro é um mês marcado pela celebração do Dia da Criança. Então, vamos aproveitar para ir mais além nessa data e defender que todos os dias tem de ser o dia de nossas crianças. Olhar por elas é mais do que garantir o futuro do nosso País. O cuidado com a infância é uma obrigação de todos que desejam um mundo com menos violência, mais amor e respeito entre todos.

Atualmente, existem quase 2 mil pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal. Mas precisamos lembrar que essa realidade é mais dura ainda, pois apenas um terço das rodovias do Brasil (incluindo estaduais e municipais) são monitoradas.

Acabar com a exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas não é uma missão fácil, mas precisamos falar disso. Não só falar, mas também se preocupar, ficar de olhos bem abertos e agir, todos os dias, por nossas crianças. Qualquer atitude suspeita pode e deve ser denunciada através, por exemplo, do Disque 100, um serviço gratuito do Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos.

Nós, da Childhood Brasil, nos orgulhamos de ter há dez anos os carreteiros como parceiros do Programa Na Mão Certa. Contar com o apoio de vocês nessa causa é uma grande honra, pois significa ter ao nosso lado verdadeiros agentes de transformação.

Para saber mais, acesse:

Childhood Brasil: www.childhood.org.br

Programa Na Mão Certa: www.namaocerta.org.br