Álcool e direção não combinam. A frase antiga comprovou mais uma vez ser verdadeira, pois apesar de o mês de julho ter reunido todas as condições favoráveis para o aumento do índice de acidentes nas rodovias, como tempo bom na maior parte das regiões do País, aquecimento da indústria automotiva e turismo interno em alta, o resultado foi o inverso.
Durante as férias escolares, o número de mortes caiu 14,5% em relação ao mesmo período no ano passado. Nos 31 dias de julho foram computados 10.500 acidentes com 530 mortes e 6.005 feridos. Em 2007, o número atingiu 10.531 ocorrências, 620 mortes e 6.433 feridos.
Para a Polícia Rodoviária Federal, a grande responsável por esse resultado positivo foi a Lei Seca 11.705/08 sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 19 de junho. Pelo texto da Lei, o condutor que for apanhado dirigindo com qualquer quantidade de álcool ou de outra substância psicoativa no sangue que determine dependência receberá suspensão do direito de dirigir pelo período de 12 meses, além de multa (cinco vezes) gravíssima. E, como medida administrativa, o veículo é retido até a apresentação de um condutor habilitado para retirá-lo.
Apesar da redução do número de acidentes, a PRF alerta que em todo o País, demonstrações de descaso com a segurança da sociedade foram flagradas nas rodovias. Imagens captadas por 80 radares da PRF permitem concluir que as boas condições viárias incentivaram o aumento da velocidade média das estradas. Casos de motoristas trafegando a mais de 150 km/hora foram comuns em todas as regiões do País.
De acordo com dados da PRF, há quatro anos não eram registrados números tão baixos de mortes durante as férias escolares. Apenas 2003 foi menos violento do que 2008, porém, naquele ano havia no ar um período de incertezas econômicas e as condições rodoviárias afastavam muitos motoristas do transporte terrestre. (DG)