Por Daniela Giopato

Até novembro próximo, os reformadores de pneus ganham mais um aliado para fortalecer a imagem do setor e, acima de tudo, se reafirmar como uma atividade segura e de qualidade. Trata-se da Portaria 444 do Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade, que obriga as empresas reformadoras a se adequarem às normas de segurança estabelecidas pelo Instituto e obterem o Registro de Declaração de Conformidade de Fornecedor.

“A certificação é um passo importante a nível internacional e também para o País que ganhará produtos ainda mais seguros e com qualidade. Haverá também uma depuração daquelas empresas que não têm condição de fabricar produtos eficazes”, afirma Carlos Thomaz, assessor técnico da Associação Brasileira do Segmento de Reformas de Pneus (ABR).

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Atualmente, o Brasil conta com 1.300 empresas recapadoras, desse total, segundo estimativa da ABR, apenas 100 têm certificação e 500 encontram-se em processo de gestão. O número é considerado baixo pela Associação pelo fato de faltarem poucos meses para o prazo se esgotar. “Estamos certos de que a certificação irá reforçar ainda mais a profissionalização do mercado de recapagem no Brasil, aumentando o rendimento quilométrico e a segurança dos pneus recapados”, acredita José Aragão, gerente de marketing de pneus de caminhões e ônibus Michelin América do Sul.

Ricardo Drygalla, gerente de marketing da Bridgestone e Bandag, vê a certificação com bons olhos e acredita em uma maior profissionalização e qualificação dos serviços prestados. E mais, vai permitir a permanência no mercado somente daqueles que atenderem, de fato, as especificações. “A Bandag tem mais de 70% de sua rede certificada pela norma ISO9000/2008, além de seu próprio sistema de qualidade, pelo qual 100% das reformadoras são auditadas periodicamente pela equipe de técnicos de serviço”, comenta.

A certificação do Inmetro vem de encontro com a filosofia de trabalho da Vipal, que sempre procurou exercer a atividade dentro de parâmetros seguros e de qualidade, conforme cita o gerente de marketing da Vipal, Eduardo Sacco. “Disponibilizamos o Centro Técnico Vicencio Paludo, uma reformadora-escola criada para realizar treinamentos, testar produtos e implementar novos processos de trabalho, promovendo o conhecimento entre reformadores e clientes”, acrescenta. A empresa mantém também o VipalTec – laboratório certificado pelo Inmetro para a qualificação dos pneus reformados, no qual são realizados ensaios para certificação de pneus novos e reformados.

Com a certificação do processo de produção de recapagem, todos os centros de reforma de pneus precisarão passar por um teste do Inmetro para poder operar no País, destaca Fabio Garcia, gerente de marketing de pneus comerciais da Goodyear Brasil. Esse fator, acrescenta, deverá estimular a profissionalização do trabalho de reforma e levar produtos finais aos consumidores com melhor qualidade. “Trata-se de uma norma que beneficia os consumidores e o mercado como um todo, buscando processos constantes de melhoria para se diferenciar em um setor tão competitivo”, conclui.

Na opinião de Alexsandro da Silva, gerente de serviços da linha pesada da DPaschoal, a certificação já deveria estar sendo praticada e destaca que sua chegada contribuirá para uma redução do número de recapadores. “O produto final exige muita tecnologia e pessoal capacitado, além de todos os cuidados em reparação necessárias nas carcaças”, opina. Já para Carlos César, gerente nacional de vendas da Tipler, o atendimento às normas e controles de qualidade, mantendo os registros e rastreabilidade de todo o processo de reforma do pneus, devolve para o transportador de cargas, de passageiros e autônomos pneus reformados com garantia e segurança de não haver falhas quando estiver rodando.

“A empresa certificada garante uma melhora na reforma, oferece produtos de alto padrão de qualidade, equipamentos de última geração e ações sustentáveis, além de selecionar o mercado. Este regulamento de avaliação da conformidade tem justamente a ideia de criar mecanismos para que o setor passe a ser visto de maneira mais profissional e responsável”, complementa Gian Piero Zadra, da Marangoni.

Saulo Muniz, diretor comercial e marketing da Moreflex acredita que os colaboradores inseridos nesse processo terão grande oportunidade de aprendizado, melhoria de gestão e ganho de conhecimento. “Será um momento de amadurecimento e reavaliação de procedimentos e recursos, gerando novas propostas dentro da própria rotina de trabalho da empresa, com possibilidade de criarmos uma operação mais rentável com otimização de recursos”, complementa. É um fator positivo que irá fortalecer ainda mais o setor e agregar novos critérios de produção para a mensuração de resultados e avaliação dos níveis de qualidade na prestação de serviços.