Queda de 41,02% no volume de emplacamentos no período de janeiro a setembro coloca a indústria de implementos rodoviários em igualdade de perdas com os caminhões. Recuperação só em 2017, prevê presidente de associação que agrega empresas do setor
Por João Geraldo
Assim como o mercado de caminhões novos, a indústria de implementos rodoviários também atravessa período difícil, com retração no volume de emplacamentos, conforme números divulgados recentemente pela ANFIR – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, entidade que reúne os fabricantes do setor. Entre janeiro e setembro deste ano foram registradas o licenciamento de 69.053 unidades, volume 41,02% abaixo do resultado obtido no mesmo período de 2014, quando o segmento entregou 117.078 produtos no mesmo período.
Alcides Braga, presidente da Anfir, comenta que informações de analistas indicam que a economia brasileira continuará desaquecida durante 2016 e avalia que a recuperação dos mais de 40% perdidos nos primeiros nove meses deste ano é algo que não deverá acontecer antes de 2017. Aliás, o volume de 159.870 implementos emplacados em 2014 já representava mais de 18 mil unidades abaixo das 177.901 registradas em 2013. Levantamento dos emplacamentos ocorridos entre 2004 e 2014 mostra que o melhor ano vivido pelo setor foi o de 2011, quando o número de produtos licenciados atingiu a marca de 190.823 unidades.
Do mesmo modo como acontece com o mercado de caminhões, a retração maior nas vendas de implementos rodoviários este ano tem sido na linha pesada (reboque e semirreboque). A queda entre janeiro e setembro representou 46,27% entre janeiro e setembro, com a entrega de 22.586 unidades contra 42.048 no mesmo período de 2014. As vendas de carrocerias sobre chassis tiveram retração de 38,08%, caindo de 75.040 unidades para 46.467
O diretor executivo da Anfir, Mário Rinaldi, lembra que o segmento depende essencialmente do desempenho da economia e sofre diretamente os efeitos do desaquecimento de atividade dos demais segmentos econômicos. Ele lembra que os implementos rodoviários são responsáveis pelo transporte de mais de 60% de todas as mercadorias que circulam pelo País.
Apesar da queda do volume de vendas, Alcides Braga, por sua vez, destaca que a participação das empresas do setor na Fenatran é a prova de que nos momentos de crise é preciso ter coragem para investir em ações. “Estamos diante de uma situação de mercado difícil, e é hora de mostrarmos nosso posicionamento firme em favor da realização e negócios na maior feira do setor”, concluiu.
Emplacamentos de reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis, registrados nos últimos anos. Os números são da ANFIR – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários
Ano - total 2004 - 83.816 2005 - 74.596 2006 - 80.808 2007 - 103.069 2008 - 131.201 2009 - 115.107 2010 - 170.283 2011 - 190.823 2012 - 160.414 2013 - 177.901 2014 - 159.870