Por Elizabete Vasconcelos
Pouco tempo depois de lançar a linha F (FH e FM) pronta para atender ao Proconve P-7 – que exige redução significativa na emissão de gases poluentes -, a Volvo lançou no início deste mês os caminhões da linha VM, que inclui veículos semipesados e pesados. Desta vez, o cenário escolhido pela montadora para o lançamento foi o Deserto do Atacama, ao Norte do Chile, reforçando mais uma vez a filosofia da montadora de que os veículos da marca estão alinhados com a preservação do meio ambiente.
Assim como os veículos da linha F, os motores dos modelos VM da terceira geração (a primeira foi lançada no final de 2003) utilizarão a tecnologia SCR (sigla em inglês de Redução Catalítica Seletiva) para atender às regras do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), demandando, portanto, também do uso de diesel com menos teor de enxofre, o S50, além do Agente Redutor Líquido Automotivo, o Arla 32. Ricardo Tomasi, engenheiro de vendas da Volvo no País, destaca que a empresa está muito segura da eficácia da tecnologia, já que aproximadamente 180 mil veículos da marca circulam com o sistema SCR em países da Europa.
Com investimentos de aproximadamente US$ 50 milhões, os motores da nova linha ganharam torque e potência em relação à anterior, além de vários detalhes externos e internos. Com a tecnologia SCR os motores de 210, 260 e 310 cavalos passaram a ter 220, 270 e 330cv de potência e incremento no torque de 8%, 5% e 18%, respectivamente.
“Desenvolvemos um caminhão que contribuirá decisivamente para atender a todas as necessidades do transportador brasileiro”, garantiu Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil.
Alvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo do Brasil, explica que o crescimento nas potências possibilita mais benefícios, como é o caso de um aumento da pressão de injeção do propulsor, passando de 1400 para 1800 bar. “É mais economia de combustível”, garante. Tomasi, por sua vez, destaca também que com as novas potências e torque, “o freio motor ficou 60% mais potente, garantindo maior velocidade média em descida, o que aumenta a produtividade com maior segurança”. Todos os modelos VM Conama P7 passaram a ser equipados com motores de seis cilindros.
Outra vantagem da nova linha é o aumento do intervalo das trocas de óleo do motor, que mudaram de 20 para 40 mil quilômetros. “Isso é possível graças à melhoria da qualidade do combustível e à queima mais completa do diesel”, garante Tomasi.
Falando em combustível, os veículos da nova linha terão tanque com capacidade para 345 litros de diesel, próximo ao reservatório de Arla 32, o qual possui capacidade para 50 ou 95 litros. Segundo a montadora, o consumo do agente é de aproximadamente 5% em relação ao diesel.
Na parte interna da cabine, algumas modificações prometem melhorar a ergonomia e o conforto do motorista. Entre as novidades está um novo painel de instrumentos, que por meio de um computador de bordo transmite todas as informações necessárias para uma boa condução, como o consumo do veículo e aviso de eventuais falhas. “Com mais dados à disposição, o motorista pode controlar melhor a operação do veículo”, ressalta Sérgio Gomes, gerente de planejamento estratégico da Volvo.
A nova linha VM conta com um novo volante de direção, com diversos comandos incorporados como, por exemplo, o piloto automático e o controle do computador de bordo. O tacógrafo, agora é digital, está localizado na parte superior da cabine. Outra alteração interna no veículo é o ajuste pneumático da coluna de direção. “O caminhão tem que se adequar ao condutor. Antes a coluna de direção possibilitava apenas dois ou mais ajustes, hoje as possibilidades de ajustes são enormes”, destaca Tomasi. Na parte externa, pequenas alterações estéticas foram realizadas, como a implantação de uma nova grade e um novo símbolo da marca, além nomenclaturas das novas potências.
Outra novidade é a inclusão das versões rígidas 6X2 e 4X2 com 330cv de potência. Até então, os VMs nesta faixa de potência eram fornecidos somente na opção de cavalo mecânico. Com as mudanças a oferta da linha passa a ser de nove modelos, com configurações variadas. O VM 220cv, por exemplo, terá utilização principalmente no transporte urbano e regional e o modelo com 270cv se destina principalmente para o transporte de cargas maiores, de médias ou longas distâncias. Já as versões de 330cv tendem a ser utilizadas em operações de grandes distâncias movimentando principalmente cargas fracionadas, bens de consumo, matéria-prima industrial, alimentos e produtos resfriados.
Questionado sobre o valor de comercialização dos veículos, já que os mesmos agregaram diversas mudanças, Reinaldo Serafim, gerente de caminhões da linha VM, destaca que não há um preço fixado até o momento. Porém, estima que haverá uma alta de 15% no valor do produto. Serafim comentou que alguns clientes já antecipam a compra de caminhões com a tecnologia atual (equivalente à Euro 3) e, consequentemente, irão entrar um pouco mais tarde na nova tecnologia que entra em vigor a partir de 01 de janeiro de 2012. “No fim do ano é provável que mais clientes antecipem suas compras porque a Fenatran (Salão Internacional do Transporte) – que acontece em outubro em São Paulo – é um local de vendas e não somente de exposições, por isso poderá haver um aquecimento nas vendas”, supõe Serafim.
