A hipertensão é uma doença que atinge grande parte dos motoristas de caminhão. No último balanço divulgado pela Via Dutra, dos 3.216 carreteiros atendidos em 2011, no programa Estrada para Saúde, 66% estavam com a pressão arterial alta. A principal consequência para os diagnosticados com a doença, que não fazem o controle correto da pressão arterial, é a multiplicação do risco de desenvolvimento precoce de doenças como cegueira, insuficiência renal e cardíaca, devido à lesão de alguns órgãos, resultando em invalidez para o trabalho.

O cardiologista Igino Barp explica que hipertensão não controlada, independente de outros fatores, é a maior causa isolada de cardiopatias (insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio – IAM). “Um infarto pode acometer um motorista de caminhão durante a jornada de trabalho. Infelizmente, a morte súbita pode ser a primeira manifestação clínica dessas doenças. Temos registros de casos de acidentes de trânsito nos quais a perda do controle do veículo foi causada por ela”, alerta.

É importante destacar que na maioria das vezes o hipertenso não sente absolutamente nada. Assim, cabe ao carreteiro, ao ser diagnosticado com o problema, realizar a monitoração rotineira dos níveis da sua pressão arterial e seguir rigorosamente todas as recomendações médicas. É importante também ajustar os hábitos alimentares e adotar um estilo de vida mais saudável sem cigarros, tóxicos, menos peso e mais exercício além de – eventualmente – fazer uso de algum medicamento. “Como outros profissionais, o motorista de caminhão está habituado a enfrentar condições adversas no desempenho de sua função, o que permite a subvalorização de sintomas clássicos como cansaço, turvação visual, cefaleia (dor de cabeça) com ou sem latejamento”, explica doutor Igino. (DG)