Em seu 40º aniversário, e 10ª edição na America do Sul, o Rally Dakar de 2018 reuniu 49 caminhões, além de picapes, motocicletas e outros tipos de veículos, totalizando 337 competidores. Com três caminhões Power Star na prova, a Iveco chegou na frente em seis das 14 etapas; dois deles terminaram entre os 10 primeiros no resultado final
Por João Geraldo
A largada do Rally Dakar deste ano aconteceu dia 06 de janeiro, em Lima/Peru, seguiu para a Bolívia e terminou em Córdoba/Argentina, dia 20, após os participantes que concluíram a prova terem percorrido 9.300 quilômetros. A maior parte do percurso foi enfrentando dificuldades para superar dunas no deserto do Peru; mudanças de temperaturas e altitude de até 3.600m na Bolívia (condições que provocam lapsos de concentração) e forte calor em território argentino.
No resultado final entre os caminhões, a vitória ficou com o time russo formado pelo piloto Eduard Nikolaev, o co-piloto Evgeny Yakovlev e o mecânico Vladimir Rybakov, com um caminhão Kamaz. Nikolaev já venceu outras edições do Dakar.
Outro fabricante de veículos pesados que se destacou na competição é a Iveco, com três caminhões da marca na disputa. A montadora tem obtido bons resultados no Rally Dakar desde 2012, apoiando a equipe holandesa De Rooy. Na edição deste ano, os Iveco chegaram na frente em seis das 14 etapas. O piloto holandês Ton Van Genugten venceu quatro etapas (7ª, 10ª, 12ª e 14ª); o argentino Federico Villagra em duas (3ª e 6ª). Villagra, que é da cidade de Córdoba e conhecedor da região, era uma das apostas da Iveco para um bom resultado na competição este ano. Porém, ele, o co-piloto e o mecânico abandonaram na 13ª etapa deixando a vitória para a equipe com o caminhão Kamaz pilotado por Nikolaev.
Apesar do problema ocorrido com Villagra, outras duas equipes que correram com caminhão Iveco terminaram o Rally Dakar entre os 10 primeiros classificados. Uma delas na quarta posição com o piloto Artur Ardavichus. Outra em oitavo lugar, com o Iveco nº 509 conduzido pelo holandês Van Genugten. Os caminhões Iveco que participaram do Rally são os bicudos Power Star, todos preparados com motor FPT Cursor 13 de potência entre 900 e 1000cv.
Praticamente uma marca novata no Rally Dakar, a Iveco tem obtido bons resultados desde 2012, quando se sobressaiu como vencedora da competição. Em 2014, por exemplo, a empresa voltou ao pódio na segunda posição e em 2016 obteve o primeiro e o terceiro lugar no pódio. A Kamaz, por sua vez, venceu em 2013, 2014, 2015, 2017 e 2018.
A preparação do motor FPT dos Iveco, para enfrentar os severos níveis de competição, inclui turbos que aspiram maior quantidade de ar; alteração em todo o sistema de arrefecimento para que suporte as adversas condições climáticas, além de componentes especiais tais como eixo de comando com revestimento de diamante, pistões de aço e coletores especiais para resistir ao frio e calor extremos.
A edição de 2018 do Dakar marcou a 30ª participação da russa Kamaz. Neste período, a marca – que atualmente é principal da Iveco na competição – conquistou sete vitórias. Caminhões Fuso, Liaz, MAN, Renault e Tatra também estiveram na disputa deste ano. Dos 49 pesados que largaram, somente 19 conseguiram concluir as 14 etapas.
FÁBRICA DA IVECO
A participação da Iveco no Rally Dakar têm ajudado a marca a alavancar sua força no mercado Argentino de caminhões, o qual absorve cerca de 10 mil unidades/ano. A marca italiana detém a liderança no país por oito anos seguidos. Entre modelos médios e pesados de diferentes marcas, o Tector é o mais vendido, com as versões Attack (de entrada) e Premium. Considerando o mercado total de veículos de carga, em 2017 a Iveco emplacou 6.909 unidades volume que lhe garantiu 22,2% de participação.
Inaugurada em 1969, a fábrica na Argentina produz, em média, 3.500 modelos médios e pesados/ano. Os veículos saem da linha de montagem com pouco mais de 50% de itens locais. Chapa da cabine e painel, por exemplo, vêm da Europa. A rede de concessionarias é formada por 40 pontos. Já da fábrica de motores, inaugurada em abril de 2012, saem atualmente 13 mil unidades/ano, sendo a maior parte da produção enviada para outros mercados.
40ª EDIÇÃO DO RALLY
Há quem considere que a edição do Rally Dakar deste ano seja a 39ª, e não a 40ª da história da competição. Isso porque a 30ª edição, que aconteceria a partir de 05 de janeiro de 2008, em Lisboa (Portugal), foi cancelada um dia antes da largada. O percurso iria atravessar Europa e África até a chegada em Dakar. A competição não aconteceu devido a preocupações com a segurança dos participantes na Mauritânia, País onde turistas franceses haviam sido mortos antes do Natal, em dezembro de 2007. Em 2009, a competição estreou em solo sul-americano, entre os dias 3 e 18 de janeiro e teve percurso de 9.578 quilômetros dentro do Chile e Argentina.