É de conhecimento de todos que a melhora na condição do transporte do autônomo, o aumento de sua capacidade produtiva, a redução de despesas, acidentes, seguros e, não menos importante, a colaboração com o meio ambiente, passa necessariamente pela renovação de frota. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, a frota circulante nacional é composta por cerca de 44% de veículos com mais de 20 anos de uso, sendo que grande parte desse contingente está nas mãos de autônomos.

Sabedor disso, o governo lançou um programa de incentivo para a renovação de frota, com juros reduzidos e prazos ampliados, através do Banco Nacional de Desenvolvimento  Econômico e Social – BNDES, o conhecido Procaminhoneiro, que já conta com 8 anos de implantação. Ocorre que o programa de incentivo viabilizou a troca de apenas 3% da frota de caminhões com idade avançada, ou seja, muito pouco para um universo de mais de um milhão e meio de caminhões.

O fato é que o crédito do Procaminhoneiro é muito difícil para o autônomo alcançar. O cadastro passa necessariamente pelos bancos, os quais recebem os recursos do BNDES e posteriormente devolvem o dinheiro emprestado. É nessa condição que as instituições bancárias criam entraves, pois exigem garantias que muitas vezes o caminhoneiro não consegue oferecer. O carreteiro autônomo precisa demonstrar que tem condições de arcar com as parcelas do empréstimo e é nesse momento que a dificuldade da demonstração de renda acaba sendo um obstáculo para se obter o financiamento.

A discussão sobre o tema é ampla, mas há unanimidade quanto à necessária participação do governo, garantindo um programa permanente, com redução de impostos e acesso facilitado ao crédito. A CNTA compreende a necessidade da reciclagem dos veículos antigos e que os autônomos sejam contemplados com um plano acessível de financiamento.

Por outro lado, é preciso dar sustentação financeira ao caminhoneiro para que ele possa honrar seu compromisso. Caso contrário, estaremos apenas gerando uma bolha de consumo insustentável e depois uma cadeia de inadimplentes, além de ser preciso um sistema eficaz de tratamento dos veículos que ficarem fora de uso por conta da renovação da frota. Ou seja, os desafios são grandes, porém é preciso enfrentá-los.

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