No final do ano passado, pela primeira vez, dez associações de classe (Anfavea, CNT, Fenabrave, Instituto Aço Brasil, Inesfa, Sindinesfa, NTC&Logística, Simefre, Sindipeças e SMABC) se uniram para apresentar um programa nacional de renovação de frota ao governo federal.

O projeto prevê, inicialmente, renovar os veículos com mais de 30 anos de uso. Sendo sucateados em centros homologados pelas autoridades ambientais, os proprietários destes caminhões receberiam um valor inicial que poderia ser utilizado na compra de um veiculo novo ou com até 10 anos de uso.

As melhores experiências de diversos programas regionais de renovação de frota foram consideradas, além de outras ações que só a esfera federal pode executar, por exemplo, a participação do BNDES.

Com veículos novos, que consomem menos diesel e reduzem o custo operacional, os transportadores e caminhoneiros podem contar com ferramentas mais eficazes e produtivas no seu trabalho, obtendo maior lucratividade em seus negócios. A indústria automotiva e seus fornecedores ganham com o aumento da demanda e o governo arrecadando mais impostos. A sociedade contará com mais segurança nas ruas e estradas e, principalmente, menores emissões de poluentes dos veículos novos.

Hoje, cerca de 50% da frota nacional de veículos a diesel não atendem a nenhuma norma de emissão de poluentes ou atendem, no máximo, às normas Proconve P1 ou P2, equivalentes ao Euro 1. Um único caminhão dos mais antigos, por exemplo, libera na atmosfera um volume de material particulado semelhante ao que é emitido por 37 veículos comerciais da atual norma, a Proconve P7.

A idade média atual da frota brasileira de caminhões é de cerca de 20 anos. Atualmente, esta frota possui cerca de 200 mil caminhões com mais de três décadas de uso, primordialmente em propriedade de autônomos. A substituição por veículos mais novos impactará positivamente em segurança e mobilidade, graças à diminuição de congestionamentos oriundos de quebras e acidentes, o que também, aliás, infelizmente acaba tirando milhares de vidas todos os anos.

A fim de retomar o controle da economia e voltar a crescer, diversas medidas de ajustes e enxugamento de custos estão em andamento no governo federal. A atual situação econômica do País requer alternativas que auxiliem na corrida para a retomada do crescimento econômico. A implantação de um programa efetivo e nacional de substituição de veículos antigos por mais novos é um pilar seguro no caminho do desenvolvimento do transporte, que trará, sem dúvida, vantagens e benefícios para a indústria, o setor de transportes, os caminhoneiros, a sociedade e o meio ambiente.

Luiz Carlos Moraes é Vice-Presidente da Anfavea e Diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes-Benz do Brasil