Por João Geraldo
Determinada a acelerar seu crescimento no mercado sul-americano, a Iveco está colocando em prática uma estratégia apoiada em cinco pontos: Produto, Promoção, Preços, Ponto de Vendas e Pessoas. Sob comando de Marcelo Bracco, diretor da Iveco para a América Latina e Central, a meta inicial é fechar o ano de 2008 com 10% de participação, o que representaria hoje cerca de oito mil caminhões da marca vendidos no mercado brasileiro.
O primeiro ponto a ser reforçado pela Iveco para seguir sua marcha “rumo ao 10” é a ampliação do leque de produtos, sendo o segmento de extrapesados o primeiro a ser atendido pela política da montadora. Por conta disso, foram lançadas, no final de maio, quatro versões do Stralis, que já estão na rede de concessionários da marca. Tratamse das versões 6X2, equipadas com motores de 380 e 420cv de potência; 6X4 com 420cv, e 4X2 com 420cv. Até então, a Iveco concorria no segmento apenas com o modelo 380 4X2, que havia lançado em agosto de 2004. Na ocasião o veículo era importado da Argentina, mas passou a ser produzido no Brasil em outubro do ano passado.
A decisão de ampliar a linha de produto no Brasil a partir do segmento de extra-pesados está apoiada no sucesso do modelo no mercado sul-americano a exemplo do que já ocorre na Europa desde o seu lançamento em 2002. “Estamos ampliando nossa gama de produtos em um momento importante para a Iveco”, explica Marcelo Bracco. Na sua opinião, o mercado brasileiro se recupera e fecha este ano na casa das 75 mil unidades, considerando caminhões a partir de 3,5 toneladas de PBTC.
Assim como a versão anterior, todos os novos Stralis são produzidos na fábrica instalada em Sete Lagoas/ MG, de onde saem também os demais modelos da marca produzidos no País, como o EuroCargo Tector e toda a família Daily. “Ainda teremos outros lançamentos este ano na faixa de 250 a 330cv de potência”, acrescenta Bracco. Em relação aos novos Stralis, as diferenças se resumem na opção de motorização (380 e 420cv) e de tração (6X2 e 6X4). No mais, são exatamente iguais ao modelo já conhecido dos transportadores brasileiros.
Com a versão 6X2, a Iveco quer participar do segmento de bitrens, um nicho de mercado com grande demanda nos últimos anos, principalmente no transporte de grãos, além de produtos dos setores químicos, petroquímico, siderúrgico, alimentício e agroindustrial. Já os modelos 6X4 chegam para concorrer no mercado de cavalo-mecânicos para tracionar rodotrens, composições que podem chegar ao PBTC de 74 toneladas. Os veículos são equipados com terceiro-eixo original de fábrica.
A versão 4X2, de 420cv, por sua vez, coloca a Iveco numa faixa de mercado de cavalos-mecânicos mais ligeiros, onde já competem Mercedes-Benz, Volvo e Scania. O veículo é disponível com cabine- leito de teto alto e distância de entre-eixo de 3.500mm, podendo tracionar semi-reboques com 15,37m de comprimento.
Todos os quatro modelos de 380 e 420cv são equipados com motor Cursor de 12.880cm3, desenvolvem potência máxima na faixa de 1.500 a 1.900rpm e têm como característica um torque elevado na faixa de rotação de 1.100 a 1.500rpm. “O motor Cursor se distingue dos demais existentes no mercado devido ao elevado e constante torque, que associado ao escalonamento da caixa de marchas e a redução do diferencial proporcionam menos trocas de marchas em subidas e menor consumo de combustível”, diz o engenheiro de vendas Paulo Adamo. Os Stralis são equipados com caixa de câmbio ZF 16S 221 com 16 marchas à frente sincronizadas e sistema auxiliar de engate “servoshift” que facilita os engates.
Sem operações no México, Estados Unidos e Canadá, porém consolidada na Europa Ocidental, a marca Iveco – de acordo com Bracco – é um dos grandes fabricantes de caminhões do mundo, e está trabalhando para se expandir também na Europa Oriental e Ásia. No caso específico do mercado sul-americano, que inclui a América Central, signifi ca buscar maior volume de vendas, onde atualmente a marca detém a média de 7% de participação, destaca Bracco. Para atender a região, a Iveco conta com fábricas na Argentina, Venezuela e Brasil, sendo este País o que recebeu maior volume de investimentos por ter um mercado que representa metade de todos os outros juntos na região.
“Por isso a empresa instalou aqui fábricas de caminhões leves, médios e pesados e de motores”, explica. Ele cita o planejamento da empresa, discutido em convenção realizada em meados de maio passado, o qual é calcado em cinco Pês, conforme ele defi ne: Produto, Promoção, Preços, Ponto de Vendas e Pessoas.
Em relação as concessionárias – hoje são 55 pontos – diz que os profi ssionais de venda estão bastante animados, enquanto, por outro lado, a Iveco está trabalhando para expandir a rede, fazê-la cobrir todo o País. “Nossa meta é dar o melhor suporte possível aos clientes e criar diferenciais”, acrescenta. Quanto ao último item dos cinco Pês, as pessoas, Bracco diz apenas que elas fazem a diferença, por isso a Iveco está investindo nos profi ssionais, inclusive com treinamento.
“Queremos que o motorista saiba que existe uma estrutura por detrás da marca Iveco, e que ele se sinta orgulhoso em ter ou dirigir um caminhão da marca”, diz. Quanto aos lançamentos, Bracco adiantou apenas que o novo Eurocargo é para curto prazo. Quanto a outros modelos acha cedo ainda para divulgar. Em relação à linha de caminhões, o executivo afi rma que a Iveco vai expandir as famílias de leves, médios e pesados e ser uma montadora com uma gama completa de produtos no Brasil”.