Para o autônomo trocar de caminhão está sempre entre as metas principais. O objetivo é que ao atualizar a idade do veículo, o custo com manutenção é reduzido, e cresce as chances de negociar melhores fretes. Assim, o autônomo consegue aumentar o faturamento no final do mês.
Mas o desafio para o autônomo trocar de caminhão é enorme e passa pela burocracia das documentações e comprovantes de renda, parcelas altas e juros que nem sempre são viáveis. Algumas mudanças ao longo dos anos contribuíram para tirar o caminhoneiro da informalidade e ajuda-lo a comprovar a renda. Entretanto, fatores como os juros praticados pelo mercado, instabilidade da atividade e preços dos veículos ainda desencorajam os pequenos transportadores a se arriscarem a enfrentar um compromisso financeiro que não tem certeza se conseguirá pagar. E assim, entra ano e sai ano, a frota em poder dos transportadores autônomos vai ficando mais velha e carente de renovação.
Dados divulgados recentemente pela ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre – com base no RNTRC – Registro Nacional de Transporte Rodoviário de Carga, mostram que atualmente o Brasil tem uma frota estimada em 2.556.667 veículos de cargas. Desse total, 937.612 unidades, cuja idade média é de 21 anos, estão nas mãos de autônomos. Ainda de acordo com a pesquisa, quando se trata da idade média da frota das empresas a idade média cai para 10,5 anos.
Será que o financiamento do caminhão é uma boa alternativa para o autônomo trocar de caminhão? O caminhão é um meio produtivo e por esse motivo a sua compra deve ser feita com cautela e observando critérios técnicos e financeiros. É preciso um planejamento e uma análise de todas as opções disponíveis do mercado para que o caminhoneiro tome uma decisão assertiva e, realmente, consiga se beneficiar com a renovação do seu caminhão.
Para a aquisição de caminhões novos, o BNDES disponibiliza as seguintes linhas de crédito: BNDES Finame (incluída a linha BNDES Finame Baixo Carbono para financiamento de veículos menos poluentes), os programas agropecuários operados pelo BNDES (BNDES Crédito Rural, Pronamp, Moderfrota, Pronaf, dentre outros) e o Cartão BNDES.
O financiamento à aquisição de caminhões novos é realizado, na maioria dos casos, por meio do produto BNDES Finame. Além dele, o transportador de carga também pode financiar a aquisição do veículo através dos programas agropecuários operados pelo BNDES (BNDES Crédito Rural, Pronamp, Moderfrota, Pronaf, dentre outros) e do Cartão BNDES. É importante ressaltar que o apoio do BNDES para o setor de transporte de cargas se dá sempre na modalidade indireta automática (o cliente não se relaciona diretamente com o banco, mas com as instituições financeiras credenciadas).
Conheça opções disponíveis no mercado para o autônomo trocar de caminhão:
Banco Mercedes-Benz
O Banco Mercedes-Benz disponibiliza o CDC, que é um plano de financiamento para aquisição de veículos e ou serviços, com prazo de 03 a 60 meses e possibilidade de quitação antecipada a qualquer momento do contrato. De acordo com a instituição a principal característica é a rapidez na contratação e liberação do bem, com processo simplificado.
Dentro do CDC é oferecido também o CDC Decrescente, que é um plano com parcelas que vão ficando menores a cada mês, possibilitando um desembolso ainda menor para o cliente, que pagará menos juros no valor total do contrato em comparação ao CDC tradicional. O produto conta com o mesmo sistema de amortização constante do Finame, com parcelas decrescentes ao longo do contrato.
Outra opção é o CDC Flexibility, um plano de financiamento flexível, com uma entrada reduzida e prestações menores do que num plano convencional. A principal vantagem desse novo conceito de financiamento é a garantia de compra pela SelecTrucks ao final do contrato, conforme as condições do Guia de Condições de Revenda.
Além do CDC, o Banco Mercedes-Benz dispobiliza o BNDES Finame, operação realizada por meio de linha de crédito oferecida pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Os prazos de financiamento podem ser de até 60 meses, com percentuais de entrada que variam conforme o perfil de crédito da operação. O produto é isento de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e é oferecido com três opções de taxas de juros:
- TFB (Taxa Fixa do BNDES) – Opção em que o cliente paga a mesma taxa de juros até a quitação do financiamento.
- Finame Selic – Opção de taxa de juros pós-fixada baseada nas variações diárias da taxa Selic.
- TLP (Taxa de Longo Prazo) – Consiste em um custo pós-fixado em que as parcelas se atualizam conforme as variações do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é divulgado pelo IBGE.
De acordo com o Banco MB, a modalidade mais procurada pelos caminhoneiros autônomos é o CDC. O principal motivo seria a contratação mais rápida e simples quando comparada com outras opções. Além disso, a modalidade exige menos documentações quando comparada as outras opções. Uma dica importante para o caminhoneiro que pensa em trocar de caminhão é, além de avaliar bem a sua capacidade de absorção de dívidas de longo prazo, o caminhoneiro deve levar em conta fatores como possibilidades de compor seus rendimentos, caso aconteça um imprevisto, considerando que o caminhão é o seu instrumento de renda.
Para o caminhoneiro iniciar o processo e fazer as primeiras avaliações a Mercedes-Benz oferece a plataforma Meu Mercedes, disponível no site do Banco Mercedes-Benz, que permite realizar simulações de financiamento e avaliações de crédito de forma fácil e rápida para a compra de veículos, além de seguros.
Consórcio pode ser uma opção para o autônomo trocar de caminhão
Atualmente, o Banco Mercedes-Benz possui grupos tradicionais de até 120 meses, com opção de parcela reduzida até a contemplação e taxas que ficam, na média, em 0,09% ao mês. E o Plano Pontual, em até 60 meses, com opção de retirada do bem a partir do sexto mês e com lance que complete 24 parcelas a uma taxa média de 0,37% ao mês. É importante ressaltar que o Consórcio Mercedes-Benz atende, com taxas de zero km, caminhões com até 7 anos de fabricação.
“No caso do consórcio, o autônomo prefere os prazos a partir de 96 meses, para que a parcela se adeque ao seu caixa mensal. A partir deste prazo, temos mais de 70% dos clientes. O consórcio pode ser considerada na hora do autônomo trocar de caminhão, pois ele consegue acesso fácil ao crédito, sem burocracia, pode utilizar o seu usado como lance e ainda paga a menor taxa de aquisição do mercado”, explicou Cláudio Jesus, Diretor Comercial do Consórcio Mercedes-Benz.
Para o autônomo trocar de caminhão e conseguir fazer um consórcio realmente vantajoso é importante planejamento. Ainda conforme Cláudio Jesus, pagando um pouquinho por mês, ele sempre vai estar com uma carta do consórcio para atualizar o seu caminhão e ter menor custo de manutenção e maior segurança, além de pagar uma taxa que não dependa da volatilidade do mercado, a exemplo do que estamos passando com as taxas atuais.
Em relação a aprovação caso o caminhoneiro tenha alguma restrição na entrada, é orientado que se ajuste financeiramente para que, no momento da contemplação, ele não tenha nenhuma restrição de crédito. Trata-se de uma iniciativa de disciplina financeira.
#40 Consórcio é uma boa opção para o autônomo?
O vice-presidente de vendas, marketing e serviços da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Ricardo Alouche, antes de pensar em trocar de caminhão e fazer um financiamento é preciso que o caminhoneiro faça um planejamento prévio; escolha o modelo a ser comprado com procedência; avalie o melhor crédito; separe a documentação; negocie as condições de pagamento e o máximo que puder e assine o contrato.
Ainda de acordo com Alouche, o perfil do caminhoneiro que consegue ser aprovado com facilidade não deve estar com o nome inscrito nos cadastros de proteção ao crédito, como SPC e Serasa; o caminhão deve estar em nome do caminhoneiro; é importante uma carta de agregação, além de ser levado em consideração o histórico de crédito no mercado, portanto, o score e o histórico de pagamento podem impactar na análise e concessão.
O Banco VW disponibiliza atualmente:
Finame – BNDES: promovido pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e permite adquirir caminhões com até 10 anos de fabricação, financiamento até 100% do valor do veículo em parcelas de até 72 vezes.
CDC – Crédito Direto ao Consumidor: esse tipo de financiamento de caminhão costuma contar com um período menor de parcelamento, geralmente de 12 até 60 meses apenas, sendo o mais comum 48 meses, além de ter taxas mais altas de juros, com financiamento até 100% do valor do veículo.
Leasing – De uma maneira geral o leasing funciona como uma espécie de locação do veículo, dentro dessa modalidade de financiamento existem duas vertentes o leasing financeiro e o operacional. No leasing financeiro, o consumidor realiza um contrato onde pagará um valor mensal referente ao direito de uso do veículo, ao final do contrato o motorista pode optar por ficar com o veículo, comprando o mesmo por um valor menor, ou simplesmente devolvê-lo à empresa. Já no leasing operacional a diferença está no fato de que, é possível contratá-lo com parcelas proporcionalmente menores, mas ao final do financiamento, a opção de compra do veículo pode ser feita pagando 80% do valor total dele. No Brasil não existe prática do leasing operacional.
Consórcio: o consórcio funciona como uma espécie de financiamento de fundo coletivo, onde um grupo de pessoas com o mesmo interesse de compra parcelam o valor total do bem em um mesmo plano, que pode chegar até 96 vezes, 100% do valor do veículo.
Ricardo Alouche explica que as modalidades mais procuradas pelos autônomos atualmente é o CDC, considerado um dos mais populares no mercado, e se caracteriza por permitir que a solicitação do crédito seja feita diretamente entre o banco e o cliente, e o consórcio. “Na prática, o consórcio funciona como uma conta poupança conjunta, em que diversas pessoas interessadas pagam as prestações mensalmente, e o valor é utilizado para adquirir o bem do sorteado. No consórcio as prestações são pagas, mas o bem só é adquirido após o cliente ser contemplado no sorteio, que acontece todos os meses esse sorteio. Portanto é uma boa opção de planejamento para o autônomo atualizar seu caminhão, desde que tenha uma boa administração financeira. As vantagens são redução da carga tributária; flexibilidade e poder de compra à vista; versatilidade de uso do crédito; incentivo à educação financeira; atualização dos valores dos bens e parcelamento integral”, explicou.
Os seminovos também são uma boa opção para o autônomo trocar de caminhão. Neste caso, o Banco VW tem condições para seminovos e usados, com até 60 meses e com um percentual de entrada conforme a classificação do bem (seminovo ou usado). Para seminovos com até sete anos de uso, 20% de entrada, já no caso de usados (7 a 10 anos de uso) o percentual é de 30%.
O Gilberto Vieira Rocha, gerente de marketing de serviços financeiros Scania, explica que em linhas gerais o Banco atende todos os perfis de clientes, sendo a solução financeira determinada de acordo com parâmetros técnicos da análise, tais como relação de faturamento, endividamento bancário, entre outros. “Atendemos desde clientes que desejam seu primeiro veículo zero quilômetro até os caminhoneiros que já estão se estruturando para ter sua empresa de transporte. O mais importante é a comprovação de renda para constatarmos a capacidade de manter suas parcelas em dia”, explicou.
O Scania Banco oferece o crédito direto ao consumidor (CDC) e o Finame. Ambos têm modalidades de taxas pré-fixadas, onde o cliente sabe o valor exato da parcela mensal, e pós-fixadas, no qual as parcelas são calculadas de acordo com a variação da taxa de juros no mercado. A escolha de qual a taxa mais vantajosa vai depender do momento financeiro do cliente, por isso o ideal é conversar com a equipe de consultores da Scania para entender as necessidades e definir o melhor plano, prazo e taxa.
Em relação ao consórcio, Rocha, afirma que tem diversas opções de créditos, tanto para compra de caminhões novos ou de usados. Por ter prazo maior de pagamento, até 100 meses, e taxa de administração diluída ao longo desse prazo, torna-se o parcelamento mais barato do mercado. “A carta de crédito do Consórcio pode ser usada tanto para compra de caminhões novos como seminovos. Para financiamento o CDC está disponível e deve ser negociado diretamente com nossa equipe de consultores”, destacou.
Para o autônomo trocar de caminhão e fazer um bom financiamento, Rocha faz um alerta. “O ideal é sempre pesquisar o melhor fluxo de parcelas, mas tomando cuidado com custos que podem estar ocultos, como taxas de aprovação de crédito, transferências de titularidade etc. Essas taxas encarecem o financiamento ou o plano de consórcio e nem sempre estão claras para o cliente. Por isso é importante contar com o suporte de uma empresa de renome e consultores qualificados para entender a necessidade e avaliar as melhores opções de acordo com sua capacidade de pagamento”, finalizou.