Encontrar soluções para atrair jovens e reduzir a falta de caminhoneiros são os grandes desafios da atualidade. A ausência de mão de obra e a busca por profissionais qualificados tem sido um problema para o Brasil e outros países do mundo.
Pesquisa promovida pela União Internacional dos Transportes Rodoviários (IRU) mostram números preocupantes em relação a falta de caminhoneiros que já chega a três milhões em todo o mundo. Assim, é possível afirmar o fato de termos mais vagas e menos motoristas para ocupa-las. A pesquisa foi feita com 4,7 mil empresas em 36 países diferentes.
As projeções feitas também assustam. De acordo com a pesquisa a falta de caminhoneiro pode dobrar até 2028 e atingir níveis mais desafiadores. Mais de sete milhões de vagas de motoristas de caminhão podem não ser ocupadas.
A urgências de atrair jovens para a profissão de caminhoneiro é cada vez maior. Afinal, ainda de acordo com a pesquisa, 12% dos condutores têm menos de 25 anos, ou seja mais de 80% dos caminhões estão nas mãos de motoristas mais experientes e até próximos da aposentadoria. Outro dado importante diz respeito as mulheres que representam apenas 6% dos profissionais.
Falta de caminhoneiro: importância de incentivar as mulheres para a profissão
Há mais de um ano a Fabet vem fortalecendo a inserção de motoristas no setor de transporte. De acordo com a gerente geral da Filial SP, Salete M. Argenton, o problema da falta de investimentos das empresas em preparar, formar, educar as mulheres para a atividade continua. “Precisamos urgente de investimentos sérios e de oportunidades para as mulheres ingressarem e mostrarem o seu talento e competência na arte de conduzir caminhões modernos e tecnológicos, seja para operações urbanas, rodoviárias, off road ou internacional. Nossas ex-alunas estão espalhadas pelo Brasil e pelos diversos perfis de transporte, comprovando a qualidade do seu trabalho”, relatou.
Para Ranniely Moreira, coordenadora do movimento A Voz Delas, da Mercedes-Benz, é muito importante esse olhar para a mulher em um período onde se fala muito de falta de motorista no Brasil e no mundo. Ela destaca que o número de mulheres na estrada vem aumentando. Porém muitas não conseguem oportunidade por falta de tempo de experiência.
“A profissão está escassa e as empresas precisam entender que mesmo com as limitações e exigências impostas pelas gerenciadoras de risco é preciso criar formas de dar essa experiencia com uma escola de formação, oportunidade de iniciar com manobras, viajar com um motorista. Assim podemos minimizar o problema da falta de mão de obra”, destacou.
Falta de caminhoneiro: fatores de desinteresse da profissão
O desinteresse na profissão de caminhoneiro já se tornou um problema. O aumento dos custos, valor do frete, prazos apertados, estradas perigosas, pedágios filas de espera para carga e descarga, falta de segurança, são alguns dos fatores de desinteresse na profissão de caminhoneiro e que tornam a vida do carreteiro uma dura e pesada jornada cheia de desafios a ser vencida diariamente.
Além disso, essas situações que cercam o cotidiano dos profissionais do volante transformaram a profissão numa das mais estressantes e causadoras de doenças físicas e emocionais. Lidar com condições extremas de trabalho pode causar muito mais do que simples dores de cabeça aos motoristas.
De modo geral, não raramente o caminhoneiro é apontado como um tipo de “vilão da estrada”, aquele que usa drogas, ingere bebidas alcoólicas, provoca acidentes e contribui para o congestionamento nas grandes cidades. Porém, pouca gente se lembra que todo tipo de mercadoria chega aos seus destinos por caminhão.
Falta de caminhoneiro: como atrair jovens para a profissão
Esse é o grande desafio: encontrar maneiras de convencer o jovem a seguir a profissão de motorista de caminhão. É preciso investir em iniciativas para mostrar aos jovens as vantagens da carreira e o que significa, de fato, ser um motorista profissional.
Outro ponto são os treinamentos para formar mão de obra qualificada para atender as exigências das empresas e seguradoras de carga.
Por parte do governo é necessário ações para melhorar a infraestrutura na estrada e dos pontos de descanso dos motoristas. A fiscalização também é importante para aumentar a segurança na profissão.
Os caminhões podem ser um grande aliado na busca de jovens motoristas. Afinal, as novas tecnologias atraem o público mais novo. Mas é importante o investimento em treinamento para ajudar o jovem aspirante a lidar de maneira eficiente com essas tecnologias.
As transportadoras também têm papel fundamental para reduzir a falta de mão de obra. É preciso investir, de fato, no caminhoneiro. Oferecer a ele condições dignas de trabalho e programas de valorização e de incentivo.
#50 Importância do Treinamento