“Os que sonegam impostos, adulteram os combustíveis e os que atrapalham a competição das empresas que pagam impostos, são os malandros do setor de combustíveis”, afirma o diretor do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), Alísio Vaz. Conforme o diretor, o Brasil perde por ano cerca de R$ 3 bilhões com sonegação de tributos. Como algumas distribuidoras sonegam impostos, o preço do combustível vendido aos postos é menor que aquele vendido por distribuidoras que recolhem regularmente seus impostos, e por esse motivo o preço na bomba acaba sendo menor em alguns estabelecimentos. Em São Paulo, por exemplo, a redução foi de 4,2%, sendo que a prevista era um pouco inferior aos 4,8%, segundo o Sindicom. Conforme levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), 63% dos postos em São Paulo e 74% no Rio de Janeiro cobram sobre o preço da gasolina margens de lucro insuficientes para manter suas atividades. Para a Federação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (Fecombustíveis), a margem de lucro do posto deve ficar acima de R$ 0,218 por litro de gasolina. Mas de acordo com os preços cobrados nos postos destes municípios, as margens mínimas chegam a R$ 0,07 entre o preço da compra da gasolina da distribuidora e o preço final cobrado do consumidor. “Ou existem distorções na pesquisa da ANP, ou há claros indícios de sonegação de impostos e adulteração de combustíveis”, menciona o presidente da federação, Luis Gil Siuffo Pereira. Para o presidente do Sindicato dos Postos de Revenda de Combustíveis e Lubrificantes do Rio de Janeiro (Sindicomb), José Luiz da Mota, não há como a revenda cobrar margem menor que R$ 0,20. Mota acredita que está havendo uma distorção na pesquisa da ANP.