As mudanças na legislação do Pis (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) aumentaram os tributos dos transportadores rodoviários de cargas em cerca de R$ 785 milhões, levando-se em consideração o faturamento do setor obtido em 2001. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), naquele ano o faturamento representou cerca de R$ 21,5 bilhões. O cálculo é da NTC (Associação Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas & Logística) e considera o aumento da Cofins de 3% para 7,6%, retirando do imposto a cumulatividade, ou seja, passou a estabelecer no recolhimento da contribuição o desconto de valores relativos a Cofins já pagos na aquisição de insumos e serviços, exceto aqueles prestados por pessoas físicas, que por sua vez é característico do transporte rodoviário de cargas. Segundo o presidente da NTC, Geraldo Vianna, “como o setor utiliza mão-de-obra intensiva e autônomos, e sua cadeia de produção é muito curta, a elevação da alíquota em 153% resultou um aumento insuportável da carga tributária.” Um estudo da entidade constatou que se a transportadora utilizar 65% de carreteiros autônomos, 10% de pessoas jurídicas e 25% de frota própria, a carga tributária do Pis e Cofins sofrerá aumento médio de 100%, atingindo 7,3% do faturamento. Mas se a empresa usar um percentual maior de motoristas autônomos, este impacto poderá ser ainda maior.